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{ Monthly Archives } dezembro 2021

TRINIDAD SOUR

Uma parte e meia de bitter Angustura

Meia parte de rye whiskey

Uma parte de Orchata (xarope de amêndoa)

Três quartos de parte de suco de limão siciliano

Bata todos os ingredientes em uma coqueteleira e coe para uma taça previamente gelada

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POESIA CHILENA

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AS IF THE SEA SHOULD PART AND SHOW A FURTHER SEA

O título foi inspirado em um poema de Emily DIckson… adorei a imagem de um mar rompido mostrando outro mar.

Como se o Mar rompesse
Mostrando um outro Mar ―
E fosse ― um outro ― nesse
Mar ainda pré-formar ―

Mares do Mar ― que invade
As Praias singulares
De outros futuros Mares ―
Nestes ― a Eternidade ―

As if the Sea should part
And show a further Sea ―
And that ― a further ― and the There
But a presumption be ―

Of Periods of Seas ―
Unvisited of Shores ―
Themselves the Verge of Seas to be ―
Eternity ― is Those ―

(Tradução Augusto de Campos)

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I’m Nobody! Who are you?
Are you — Nobody — too?
Then there’s a pair of us!
Don’t tell! they’d advertise — you know!

How dreary — to be — Somebody!
How public — like a Frog —
To tell one’s name — the livelong June —
To an admiring Bog!

(Tradução Augusto de Campos)

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CHESIRE CAT

5 cubos de gelo

1 dose de brandy

1 dose de vermute tinto

1 dose de suco de laranja

espumante para completar

uma fatia de casca de laranja

Coloque o gelo na coqueteleira e depois despeje o brandy, o vermute e o suco de laranja e mexa bem. Despeje o conteúdo (sem o gelo) em uma taça flutue e complete com espumante. Torça a casca de laranja sobre a taça e depois coloque-a dentro da mesma.

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FIM DE ANO EM RITMO DE AVENTURA

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YO SIEMPRE REGRESSO A LOS PEZONES Y AL PUNTO 7 DEL TRACTATUS – Agustin Fernández Mallo – Editora Alfaguara

Em um hotel vazio devido ao final da temporada de turismo em Mahón, a capital de Menorca (uma das ilhas Baleares da Espanha)… um homem dialoga com o fantasma da mulher que o abandonou…  O relato, um discurso amoroso fraturado através de uma série de poemas em prosa narrados de maneira fragmentária, em um tom estóico no qual se destacam alguns oxímoros (*) e paradoxos (**) em que alguns trechos escritos reaparecem ao longo da obra (como na música clássica serialista), mostra a cidade abandonada devido ao final da temporada turística, relembra as horas de amor, os porres de gin, os passeios pela ilha, a paisagem portuária, etc.

Várias destas situações são comentadas por um personagem insólito: o pictograma masculino na porta do banheiro  do bar frequentado pelo narrador, vejam um exemplo: 

“Quando a mulher que te espera sentada naquela mesa ali, te abandonar , você vai acessar um lugar inconcebível até então, como apertar simultâneamente as teclas Enter e Escape, como eu, que por escrever grosserias nas paredes fui condenado a morrer e a não morrer aqui crucificado (parafusado como eles dizem), me disse o bonequinho do banheiro.” (a tradução é minha)

Na minha opinião este é o fator mais revolucionário desta obra: o pictograma masculino na porta do banheiro (el monigote de la puerta W.C.)… na poesia concreta os pictogramas foram incorporados como elementos gráficos na estrutura do poema… nesta obra, porém o pictograma não é mais aquele elemento gráfico, mas sim um personagem, na verdade o único interlocutor com o narrador… Quem conhece um pouco semiótica irá perceber até onde Agustín Fernández Mallo chegou… Muito provavelmente Décio Pignatari não leu este livro (***) mas se lesse iria adorar…

(*)“Pássaros sem céu, chuva sem céu, planetas sem céu…”

(**) “te busco e te encontro. Não te busco e também te encontro”

(***) Esta obra foi publicada originalmente em 2001 em uma tiragem reduzida sem distribuição em livrarias e só foi republicado em 2012 (ano do falecimento de Décio Pignatari).

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