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{ Monthly Archives } abril 2012

No último dia da viagem, fomos até Petrohue, ao pé do Vuilcão Osorno, mas o tempo estava horroroso… em compensação a cor da água continuava a mesma: verde esmeralda…

… depois retornamos até Puerto Varas, devolvemos o carro que havíamos alugado, afinal chovia o tempo todo, fomos comer umas empanadas, compramos uma garrafa de Montes Merlot e retornamos ao quarto de hotel que possui esta vista…

… estava a organizar as fotos para a postagem neste mesmíssimo blog, quando não mais que de repente o tempo começa a abrir, e o Vulcão Osorno que não havia dado a graça de sua presença, apareceu entre as nuvens… pouco a pouco as nuvens foram se dissipando…

… e o Vulcão foi aparecendo, nesta imagem parece que ele está a soltar fumaça…

… nesta foto, reparem no Vulcão visto sob a ótica dos enquadramentos utilizados no Cinema Marginal…

… por fim o Vulcão Osorno apareceu em sua plenitude, foi entardecendo e enquanto o céu foi ficando cada vez mais vermelho, a nossa garrafa de Montes Merlot foi ficando cada vez menos vermelha…

… e antes que o sol se pusesse, ainda deu tempo para alguém esquiar…

Na volta sobrevoamos a Cordilheira dos Andes, impressionante a quantidade de vulcões… Se Malcolm Lowry tivesse morado no Chile ao invés do México, seu romance se chamaria “Under The Volcanos”

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No penúltimo dia, partimos de Puerto Varas, passamos por Puerto Montt, e seguimos até Pargua, onde tomamos esta balsa para atravessar o canal em direção a ilha de Chiloé…

… lá no Pacífico, não é como a balsa de Guarujá, ou Ilhabela… lá, a balsa é uma espécie de nave de desembarque militar com paredes fechadas e um tráfego composto predominantemente por caminhões de grande porte…

… pra variar a tradicional foto náutica…

… e outra tirada em uma ambiente interno…

… não fomos até Castro a capital da ilha… resolvemos dar uma passada na simpática cidade de Ancud, onde os espanhóis construiram uma fortificação para impedir que os seus inimigos acessarem o golfo de Ancud (onde está localizada Puerto Montt)…

… hoje lá foi edificado um espaço público, cujo piso, a primeira vista, parece ser feito de pedras brancas…

… mas que na verdade é feito de conchas…

… caminhamos um pouco por esta via, depois passamos no mercado municipal…

… e fomos parar neste restaurante bastante peculiar, reparem nas bandeiras dos países…

… lá dentro a decoração era caprichada…

… sendo que a melhor peça decorativa era esta placa!!! “AQUI SE COME MAL, MAS EM FRENTE SE COME PIOR” Genial!!!

… onde se come o famoso Kurantun… lembram daquela folhona que eu mostrei anteriormente, pois é… com ela se faz um cozido com mariscos, frango, carne de porco, batata e um caldo bem temperado, que você toma que nem uma sopa… ir ao sul do Chile e não comer Kurantun é como ir a São Paulo e não comer um cuscuz paulista…

… uma verdadeira delícia!!!

depois, saindo do restaurante conhecemos o Juan, uma caminhoneiro que coleciona canetas e as pendura no para-brisa de seu veículo, de forma a compor uma curiosa cortina…

… que é formada somente por canetas de empresas, destas que são dadas de brinde… mais criativo que muito artista que anda expondo por aí… demos uma caneta para ele, de um hotel parisiense (ele falou que só aceitou porque era uma caneta de empresa)…

… o painel tinha também moedas…

… depois partimos para um lugar chamado Praia Brava… À noite, em Puerto Varas, jantamos no hotel e para minha agradável surpresa, vi quebrarem-se dois mitos!!! O primeiro que comida de hotel não presta… grande bobagem,,, no Hotel Bela Vista comi um excelente “lomo con jerez” … o segundo mito foi o seguinte: em uma viagem entre Chile e Argentina, eu acabei comendo a melhor carne no país que fica do lado do Pacífico… quem diria!!!

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No dia seguinte saindo de Villa La Angostura, demos uma passadinha em Puerto Manzano…

… depois retornamos a Bariloche que fica no estado de Rio Negro (Villa La Angostura, apesar de ser banhada pelo mesmo lago, o Nahuel Huapi, fica no estado de Neuquén)…

No dia seguinte fomas dar um passeio de barco, pelo referido lago, no qual fomos acompanhados por estas gaivotas…

… chegamos em Puerto Blest…

… depois fomos dar um passeio até o Lago Frias (reparem no arco-íris), onde fica a fronteira com Chile, mas não cruzamos a fronteira, preferimos voltar para Bariloche e cruzar a fronteira de ônibus no dia seguinte…

… no caminho entre Lago Frias e Puerto Blest, vimos esta planta chamada Pangue que tem estas folhas enormes, os locais costumam cozinhar carnes nestas folhas, dando o nome de Kurantu a tal prato típico… mais na frente vocês poderão ver sobre o que estamos falando…

… no retorno enquanto navegava nas águas do Nahuel Huapi (que significa ilha do tigre na língua mapuche) li alguns trechos dos Sermões do Padre Antônio Vieira…

… as gaivotas estavam cansadas e resolveram pegar uma carona no mastro do barco…

… e pra variar uma das minhas tradicionais fotos náuticas…

No dia seguinte, no caminho ao Chile, passamos de novo na estrada que liga Bariloche a Villa La Angostura, mas havia nevado na cordilheira e a paisagem estava bastante diferente…

… na aduana chilena, este labrador farejava tudo… e não era só drogas que este membro patenteado da polícia chilena procurava… frutas, queijos e embutidos também são proibidos…

Em Puerto Varas (Chile) umas das coisas que nos chocou foi o comércio local, vejam só esta vitrine…

… outra coisa que nos chocou também, foi a presença maciça de símbolos germânicos na região, vejam que a águia não só está estampada junto deste anúncio de clube alemão…

… como também em edifícios governamentais, vejam só que no Corpo de Bombeiros de Puerto Mont a águia germânica aparece junto com o brasào nacional e o brasão municipal…

Resolvemos dar um passeio a pé por Puerto Varas… primeiro fomos na catedral…

… depois demos uma caminhada pelo antigo bairro alemão onde antigas casas pareciam estar mal assombradas…

… os habitantes locais pareciam não apreciar muito a nossa presença, sempre faziam caras de poucos amigos e corriam para dentro das casas para não serem fotografados…

… através destas janelas, nossos passos eram monitorados por olhinhos sorrateiros…

À noite fomos comer em um dos melhores restaurantes locais, o Miraolas, onde experimentai esta deliciosa iguaria: barbilhões de merluza austral, com alho e pimenta chili (barbilhão é uma espécie de papada do peixe, de forma que são necessárias várias merluzas autrais para um prato como este)… o sabor é indescritível!!!

… minha fiel escudeira, preferiu uma caldeirada de frutos do mar, com bastante páprica e coentro…

No dia seginte, fomos até Puerto Mont, dar uma espiada no Pacífico…

… depois fomas até Frutillar, onde além deste belo píer…

… vimos este belo centro cultural…

reparem no detalhe do colorido das madeiras…

… e nas flores dos jardins tão bem culivados…

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Devido a várias circunstâncias, somente no quarto dia de viagem fomos a uma parilla, tentamos dar prioridade a um restaurante aqui de Vila la Angustura, porém face ao inexplicável preço da carta de vinhos, abandonamos o local e fomos cair em uma filial angosturenha da La Cabarelliza, onde comemos este delicioso bife de chorizo…

… que foi acompanhado deste excelente malbec patagônico (reparem em uma lágrima vinícola a escorrer sobre o rótulo)…

… y el postre: un almendrado…

… na volta uma foto outonal da minha fiel escudeira…

… e destes estranhos frutos deste paraíso patagônico…

… e para vencer as terríveis escarpas ingremes e retornar a nossa cabana, o providencial auxílio do bondinho-elevador.

No dia seguinte o dono dos chalés nos convidou para dar um passeio de bote pelo Lago Nahuel Huapi…

… depois fomos de carro para um lugar chamado Bahia Mansa…

… e para fechar a estadia em Vila La Angostura com chave de ouro: uma degustação de cervejas artesanais da Patagônia…

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Finalmete saímos de férias, para variar voamos para Buenos Aires, trocamos de aeroporto e de lá para Bariloche… achei que daria tempo para uma passada em um bom restaurante, mas não deu… somente conseguimos apreciar o fim de tarde junto ao Rio da Prata…

… no dia seguinte alugamos um carro, almoçamos em um tradicional restaurante alemão e tocamos para Vila La Angustura…

… onde alugamos uma espaçosa cabana a cerca de 1 km do povoado…

… em um lugar lindo à beira do lago Nahuel Huapi…

… descendo o morro fomos dar nesta praia lacustre…

… onde minha fiel escudeira tirou esta foto minha, que parece capa de disco de MPB…

… retribuí tirando uma foto semelhante, se algum dia resolvermos virar cantores e lançar discos, pelo menos já temos as capas dos CDs…

… depois de outras fotos como esta…

… fomos tomar cervejas artesanais e apreciar o fim-de-tarde.

No dia seguinte fomos à Vila Traful… o lugar é um pequeno povoado cujo acesso se dá por uma estrada de terra sinuosa que sai da estrada entre Vila La Angustura e San Martin de Los Andes… logo que chegamos fomos andar na beira do lago…

… então dois belos cachorros vieram brincar com a gente, é algo bem curioso, nesta região quando você resolve caminhar sempre aparecem cachorros para te guiar…

… depois fomos tomar um sorvete e apreciar a paisagem…

… a cor da água é indescritível…

… vejam o contraste entre as colunas do pier e a água cristalina…

desenhei esta paisagem… quando voltar para Pindorama e farei do esboço uma bela aquarela, aí então publicarei, aguardem…

… e no final da tarde fomos ao mirador de Vila Traful

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O REVÓLVER

I

Tertuliano Valtércio estava muito ocupado naquela tarde de sexta-feira: escrevia um artigo sobre duas batalhas navais desconhecidas que ocorreram na América do Sul, ambas entre ingleses e alemães, uma na Primeira, outra na Segunda Guerra Mundial…

A primeira ocorrida em 08/12/1914 na região das Ilhas Malvinas, quando cinco navios alemães oriundos da costa chilena tentaram assaltar Port Stanley (Illhas Malvinas), sem saber que a Inglaterra mandara uma poderosa frota…. resultado quatro navios alemães afundados… somente um conseguiu escapar e pedir asilo no Chile…

A segunda ocorrida em 13/12/1939, quando um cruzador blindado alemão que já havia afundado quatro navios no atlântico, dois no oceano ìndico, e mais três novamente no oceano atlântico, foi encurralado no litoral uruguaio por três cruzadores ingleses, e após algumas avarias resolveu atracar em Montevidéu… o capitão do navio ouvindo um (falso) boato que os ingleses reuniam uma esquadra cercando o Rio da Prata, resolveu fugir e explodir o próprio navio.

Após uma minuciosa descrição destas batalhas navais, o nosso protagonista discorria sobre a importância da América do Sul como cenário dos principais conflitos do século passado, quando tocou o telefone… era o seu pai, Teobaldino Valtércio, são-paulino doente (a ponto de batizar o filho com o nome do ponta-direita tricolor):

– Tudo bom?

– Tudo… e o são-paulinho?

– Desta vez foi bem… nosso técnico armou um esquema que anulou Neymar, enquanto o Lucas deitou e rolou sobre a defesa santista….

… e o papo futebolístico prosseguiu por mais alguns minutos até que o seu Valtércio disse:

– Mudando de assunto, sabe já estou ficando velho e tem uma coisa que ninguém sabe na família que ninguém sabe…

Ficaram em silêncio, Tertuliano esperava ansioso, imaginando que seu Valtércio iria dizer que tinha outra família, ou coisa parecida… mas seu pai reiniciou a conversa:

– Sabe… eu tenho um revólver… um Smith & Wesson calibre 32, cano longo, cromado… e como estou ficando velho eu queria te dar esta arma…

Tertuliano não sabia o que dizer… ele não gostava de armas, mas não queria contrariar seu pai… então disse:

– Tudo bem, quando eu voltar para São Paulo, na semana que vem você me dá este revólver, ta bom? Mas não fale pra ninguém…

– Então tá.

II

Após terminar o texto e enviá-lo para o jornal, ele resolveu preparar um tagliatelle à puntanesca: após refogar alho, pimenta malagueta e orégano em fogo baixo ele acrescentou o tomate sem pele, e enquanto esperava a hora de acrescentar as azeitonas, as alcaparras e aliches cortados, o telefone tocou novamente… era sua filha Teobaldéya:

– Tudo bom pai?

– Tudo jóia… Então como está a faculdade, já escolheu o tema do trabalho de conclusão?

– Já…vai ser sobre Herman Meville, mas mudando de assunto, deixe eu te contar uma coisa que só a mãe sabe… na verdade gostaria que por enquanto você guardasse segredo… sabe pai, tõ namorando…

– Ah é… e quem é?

– É o Quinzinho… você não conhece… mas quando você voltar pra cá, eu levo ele em casa no almoço de domingo…

– Olha, eu tô com comida no fogo… depois eu te ligo…

III

Não era sempre que a tia Lurdinha de Londrina e a tia Alvirinha de Avaré vinham até a capital paulistana, a última foi em 2005 no mesmo ano que o São Paulo venceu o Liverpool e sagrou-se três vezes campeão mundial… agora elas tavam de novo na cidade e de quebra trouxaram uma sobrinha-neta: Barbirinha de Barbacena… foram visitar o seu Valtércio com direito a torrada-chá-bolinho-café-biscoito-e-licor devidamente servidos pela sua esposa, Dona Linércia… seu Valtércio aproveitou para convidar sua nora Noralicia e sua neta Teobaldéya… a visita transcorreu dentro do normal, as tias no sofá da sala lembrando do passado e fofocando do presente, enquanto que Teobaldéya e Barbirinha jogavam batalha-naval na mesa da cozinha…

Depois das despedidas, quando Noralicia e sua neta Teobaldéya no hall do apartamento apertavam o botão do elevador, seu Valtércio aparece e diz:

– Esperem! Eu tenho uma encomenda para o Tertulianinho…

Após alguns segundos ele voltou com um embrulho e disse:

– Não abram no elevador em hipótese alguma…

– Mas o que é Vovô? Pergunta sua neta Teobaldélya…

– Depois vocês irão saber…

E a porta do elevador se fecha… as duas mais do que rapidamente abrem o embrulho e não acreditam no conteúdo: o Smith & Wesson 32

IV

Tertuliano Valtércio estava muito contente: seu artigo fora aceito e seria publicado, ele iria comemorar sozinho naquela quinta-feira, depois, no fim de semana quando voltasse à São Paulo iria preparar um almoço inesquecível para familia… já abrira um vinho uruguaio da uva Tannat, agora temperava um contra-filé: sal, pimenta-do-reino, alecrim, tomilho e semente de coentro, o telefone chora: era sua mulher:

– Tertulianho, eu não acredito, o seu pai está louco!!!
– Mas o que aconteceu Noralicinha…

– Você não acredita… fomos visitá-los junto com suas tias Lurdinha e Alvirinha… elas até trouxeram uma parente que eu ainda não conhecia a Barbirinha de Barbacena, uma gracinha, mas voltando ao assunto, quando estávamos no elevador seu pai apareceu com um embrulho, dizendo que era pra você, que não era pra abrir… quando a porta do elevador fechou abrimos correndo e vimos que era um revólver… fechamos o embrulho morrendo de medo e quando o elevador abriu fomos logo pra casa… mas que estória é essa???

O nosso protagonista ia responder prontamente contando que seu pai ligara dizendo que iria presenteá-lo com a arma, quando uma idéia surgiu em sua mente:

– Ora Noralíca, isto é normal… é que papai soube que a Teobaldéya está namorando…

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Já saiu a nova TUDA!!! Leiam !!!

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Estou lendo a obra completa de Antonio Di Benedetto, em português li seus romances: “Zama”, “Os Suicidas” e “O Silencieiro”; em espanhol estou lendo minha mais recente aquisição nas livrairas portenhas: “Cuentos Completos” – Adriana Hidalgo Editora – 705 páginas, uma coletênea com seus livros de contos: “Mundo Animal”, “Cuentos Claros”, “Declinación y Ángel “, ”El Cariño de Los Tontos”, “Absurdos”, “Cuentos del Exílio” e “Otros Cuentos”. Traduzo aqui alguns pedaços de “Espejismos” publicado em “Cuentos del Exílio”

ESPELHISMOS

Sem boca

O louco se vê no espelho e mostra a língua. Pensa que o espelho está gozando dele. O quebra.
Se arrepende, na hora de pentear-se.
Sobre uma mesa, fragmento a fragmento recompôe o espelho, que fica quase completo.
O louco tenta a olhar-se de novo e vê seu rosto, mas não a boca (falta esta parte que se pulverizou com o golpe).
Desde então nunca mais fala.

Pesadelo

O espelho é um olho: não o olhamos, nos olhamos e ele nos vê, nos está olhando.

(…)

Denúncia

“Eu vi quem roubou o espelho.”
Assinado: O espelho.

(…)

Precocidade

O espelho é muito pequeno, a garota formosa.
Ela verifica nele a perfeição de seus lábios e em seguida afunda-o nas trevas de sua carteira de mão.
O espelhinho, apaixonado, jura: “Quando eu for grande!”

As manchas

O espelho com resíduos enegrecidos: “Não são de mercúrio. As forma o resíduo da alma que vão deixando os que vem olhar-se em mim”.

(…)

A dúvida

Cheio de soberba, afirma para si que encontrará a si mesmo, em tal dia, tal hora, tal lugar.
Quando chega, comprova que não está.
Desde então duvida que seja todo-poderoso.

(…)

A Dificuldade

O escritor que quer escrever um conto infantil volta a ser criança, para colher vivências e linguagem.
Está adquirindo-as e concebe uma história, todavia não foi ao colégio e não sabe escrever.

(…)

(Antonio Di Benedetto – Tradução: José Geraldo de Barros Martins)

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LÍRICA HOMENAGEM A CARLOS CRUZ-DIEZ

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