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{ Monthly Archives } fevereiro 2021

MULHER OCEANO (HOMENAGEM AO FILME DE DJIN SGANZERLA)

MEU NOME É ÉBANO – A VIDA E A OBRA DE LUIZ MELODIA – Toninho Vaz – Editora Tordesilhas

Adoro biografias, e esta eu não podia perder: sempre me surpreendi com a sintaxe nada ortodoxa de cada letra deste ilustre vascaíno, sempre o considerei o maior compositor de boleros de Pindorama (“Estacio Holly Estácio”, “Juventude Transviada”, “Amor”, “Decisão”, “Começar pelo Recomeço”, etc.), sempre admirei sua elegância de sambista/bluesman, sempre o respeitei como intérprete de outros autores (Pixinguinha, Noel Rosa, Sérgio Sampaio, Getúlio Cortes, etc.)…

Então minha dica para este pós-carnaval pandêmico é esta: leia este livro e ouça toda a discografia do Luiz Melodia… se você não pôde pular carnaval (sorte sua, pois quem pula é cabrito), então se intere das coisas sem haver engano…

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A CIDADE E AS SERRAS – Eça de Queirós – Editora Nova Cultural

Nada como ler este livro após a leitura de Schopenhauer… a crítica que o escritor português faz da filosofia pessimista é impagável… Nesta obra Eça zomba dos excessos tecnológicos, do falso refinamento cultural e da afetação gatronômica, enaltecendo a simplicidade da vida rural… Uma das coisas que mais admiro em sua literature é a descrição dos vinhos e dos pratos… vejam esta passagem na qual Jacinto, um português endinheirado que vive em Paris, resolve pedir para seu cozinheiro preparar um arroz-doce, e o chef de cuisine prepara o que nos dias de hoje seria um “arroz-doce gourmet”… veja como as palavras de Eça de Queirós ainda são atuais:

“Mas quando o arroz-doce apareceu triunfalmente, que vexame! Era um prato monumental de grande arte! O arroz, maciço, moldado, em forma de pirâmide do Egito, emergia de uma calda de cereja e desaparecia sob os frutos secos que o revestiam até o cimo, onde se equilibrava uma coroa de conde feita de chocolate e gomos de tangerina gelada! E a iniciais, a data tão lindas e graves na canela ingênua, vinham traçadas nas bordas da travessa com violetas pralinadas! Repelimos, num mudo horror, o prato acanalhado.”

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