Sobre
Recomendo
TAGUES
amigos aquarelas arquitetura artes plásticas Assis Bares boxe caricaturas cinema Citações coquetéis críticas culinária desenhos desenhos em computador Digigrafia digigrafias família futebol gouaches literatura Livraria Martins mini-contos música Neruda outros escritos paisagens digitais pinturas Pinturas em luz negra poesia pop-art Programação Visual quadrinhos traduções tuda Viagens vinhosARQUIVO
- novembro 2024
- outubro 2024
- setembro 2024
- agosto 2024
- julho 2024
- junho 2024
- maio 2024
- abril 2024
- março 2024
- fevereiro 2024
- janeiro 2024
- dezembro 2023
- novembro 2023
- outubro 2023
- setembro 2023
- agosto 2023
- julho 2023
- junho 2023
- maio 2023
- abril 2023
- março 2023
- fevereiro 2023
- janeiro 2023
- dezembro 2022
- novembro 2022
- outubro 2022
- setembro 2022
- agosto 2022
- julho 2022
- junho 2022
- maio 2022
- abril 2022
- março 2022
- fevereiro 2022
- janeiro 2022
- dezembro 2021
- novembro 2021
- outubro 2021
- setembro 2021
- agosto 2021
- julho 2021
- junho 2021
- maio 2021
- abril 2021
- março 2021
- fevereiro 2021
- janeiro 2021
- dezembro 2020
- novembro 2020
- outubro 2020
- setembro 2020
- agosto 2020
- julho 2020
- junho 2020
- maio 2020
- abril 2020
- março 2020
- fevereiro 2020
- janeiro 2020
- dezembro 2019
- novembro 2019
- outubro 2019
- setembro 2019
- agosto 2019
- julho 2019
- junho 2019
- maio 2019
- abril 2019
- março 2019
- fevereiro 2019
- janeiro 2019
- dezembro 2018
- novembro 2018
- outubro 2018
- setembro 2018
- agosto 2018
- julho 2018
- junho 2018
- maio 2018
- abril 2018
- março 2018
- fevereiro 2018
- janeiro 2018
- dezembro 2017
- novembro 2017
- outubro 2017
- setembro 2017
- agosto 2017
- julho 2017
- junho 2017
- maio 2017
- abril 2017
- março 2017
- fevereiro 2017
- janeiro 2017
- dezembro 2016
- novembro 2016
- outubro 2016
- setembro 2016
- agosto 2016
- julho 2016
- junho 2016
- maio 2016
- abril 2016
- março 2016
- fevereiro 2016
- janeiro 2016
- dezembro 2015
- novembro 2015
- outubro 2015
- setembro 2015
- agosto 2015
- julho 2015
- junho 2015
- maio 2015
- abril 2015
- março 2015
- fevereiro 2015
- janeiro 2015
- dezembro 2014
- novembro 2014
- outubro 2014
- setembro 2014
- agosto 2014
- julho 2014
- junho 2014
- maio 2014
- abril 2014
- março 2014
- fevereiro 2014
- janeiro 2014
- dezembro 2013
- novembro 2013
- outubro 2013
- setembro 2013
- agosto 2013
- julho 2013
- junho 2013
- maio 2013
- abril 2013
- março 2013
- fevereiro 2013
- janeiro 2013
- dezembro 2012
- novembro 2012
- outubro 2012
- setembro 2012
- agosto 2012
- julho 2012
- junho 2012
- maio 2012
- abril 2012
- março 2012
- fevereiro 2012
- janeiro 2012
- dezembro 2011
- novembro 2011
- outubro 2011
- setembro 2011
- agosto 2011
- julho 2011
- junho 2011
- maio 2011
- abril 2011
- março 2011
- fevereiro 2011
- janeiro 2011
- dezembro 2010
- novembro 2010
- outubro 2010
- setembro 2010
- agosto 2010
- julho 2010
- junho 2010
- maio 2010
- abril 2010
- março 2010
- fevereiro 2010
- janeiro 2010
- dezembro 2009
- novembro 2009
- outubro 2009
- setembro 2009
- agosto 2009
- julho 2009
- junho 2009
- maio 2009
- abril 2009
- março 2009
- fevereiro 2009
- janeiro 2009
- dezembro 2008
- novembro 2008
- outubro 2008
- setembro 2008
- agosto 2008
- julho 2008
- junho 2008
- maio 2008
- abril 2008
- março 2008
- fevereiro 2008
- janeiro 2008
- dezembro 2007
- novembro 2007
- outubro 2007
- setembro 2007
- agosto 2007
- julho 2007
- junho 2007
- maio 2007
- abril 2007
- março 2007
- fevereiro 2007
- janeiro 2007
- dezembro 2006
- novembro 2006
- outubro 2006
- setembro 2006
- agosto 2006
- julho 2006
- junho 2006
- maio 2006
- abril 2006
- março 2006
- fevereiro 2006
- janeiro 2006
- dezembro 2005
- novembro 2005
- outubro 2005
- setembro 2005
- agosto 2005
- julho 2005
- junho 2005
- maio 2005
- abril 2005
- março 2005
- fevereiro 2005
- janeiro 2005
- dezembro 2004
- novembro 2004
- outubro 2004
- setembro 2004
- agosto 2004
- julho 2004
- junho 2004
- maio 2004
- abril 2004
- março 2004
- fevereiro 2004
- janeiro 2004
- dezembro 2003
- novembro 2003
- outubro 2003
- setembro 2003
- agosto 2003
- julho 2003
- junho 2003
- maio 2003
- abril 2003
- março 2003
- fevereiro 2003
- janeiro 2003
- dezembro 2002
- novembro 2002
- outubro 2002
- setembro 2002
- agosto 2002
- julho 2002
- junho 2002
- maio 2002
- abril 2002
- março 2002
- fevereiro 2002
- janeiro 2002
- dezembro 2001
- novembro 2001
- outubro 2001
- setembro 2001
- agosto 2001
- julho 2001
dezembro 2020
FECHANDO O ANO
Tagged digigrafiasA MONTANHA MÁGICA – Thomas Mann – Tradução: Herbert Caro – Revisão da tradução e posfácio: Paulo Astor Soethe – Companhia das Letras
Este ano li (ou reli) muitos autores bons: Valeria Luiselli, Malcolm Lowry, João Cabral de Melo Neto, Rodrigo Rey Rosa, Andrés Caicedo, William Faulkner, Thomas Pynchon, Herman Melville, Agustín Fernández Mallo, Angélica de Barros, W. G. Sebald, Xavier de Maistre, entre outros… para fechar o ano com chave de ouro, acabei de ler “A Montanha Mágica” de Thomas Mann… meu pai havia me emprestado a primeira edição de 1952 (Editora Globo), mas acabei comprando esta edição recente pois, apesar de ambas serem traduzidas pelo Herbert Caro, na revisão da tradução, Paulo Astor Soethe traduziu os muitos diálogos em francês, que não foram traduzidos na primeira edição…
Para quem não sabe, trata-se da estória de um estudante de engenharia, Hans Castorp, que resolve visitar seu primo em uma luxuosa casa de recuperação em Davos (Suiça) e acaba ficando por lá por sete anos, até que estoura a Primeira Guerra Mundial. Mas na verdade, este é um livro sobre o tempo, ou melhor sobre a ausência dele, uma vez que naquele sanatório alpino, isolado da correria da civilização, o tempo transcorre de outra maneira… Na verdade como eu já havia percebido em “Fausto” (o de Thomas Mann, é claro), o tempo em suas obras se desdobra em quarto frentes distintas: temos o tempo da estória, o tempo da histórico, o tempo do autor e o tempo do leitor….
“A Montanha Mágica” é um daqueles livros que devemos ler várias vezes e a cada leitura obter uma nova dimensão da obra… como por exemplo o “Ulisses” de James Joyce, mas ao contrário deste que possui uma série de livros explicativos, “A Montanha Mágica” não possui guias que ajudem na travessia de suas 827 páginas… mas talvez possa haver um: o livro de Thomas Mann sobre o pensamento de Schopenhauer… é possível que na “A Montanha Mágica”, um romance de formação (bildungsroman), Thomas Mann desejasse que o jovem engenheiro recebesse uma educação schopenhauriana, mas ao invés de adotar uma solução óbvia de criar um personagem que ensinasse a doutrina mastigadinha ao jovem aprendiz, preferiu decompor o “pessimismo humanista guiado pela vontade” de Schopenhauer, em vários personagens e fazer com que Hans Castorp ao travar conhecimento com cada um destes personagens, absorvesse seus saberes e amalgasse dentro de si a síntese destas características, descobrindo empiricamente e por si só, a filosofia de Schopenhauer… teríamos então um pessimista (Leo Naphta) , um humanista (Ludovico Settembrini), um personagem hedonista que representa a Vontade-motriz (Mynheer Peeperkorn) e uma personagem que representa o objeto da vontade de Hans Castorp (Claudia Chaucat)…
Talvez esta seja uma chave… vale lembrar que Mann ao falar aos estudantes americanos em Pinceton, em 1939, sugere que se leia “A Montanha Mágica” duas vezes seguidas, em uma citação a Schopenhauer, que no prefácio de “O mundo como vontade e representação” sugere ao leitor uma segunda leitura da obra. Seja como for, embora tenha adorado “A Montanha Mágica” , não vou lê-lo de novo agora, como sugere seu autor, mas com certeza irei relê-lo mais tarde, pois é um grande livro…
Tagged literaturaNo final de 1998 fiz uma viagem por Lisboa, Roma, Firenze e Veneza, na qual fiz uma série de estudos em lápis sobre papel… chegando em Pindorama colori estes estudos com tinta acrílica… eis o resultado
Tagged pinturasENQUANTO O NAVIO AFUNDA OS EMBOABAS FESTEJAM (SEI QUE IREI AFUNDAR JUNTO, MAS PREFIRO FICAR NA MINHA CABINE LENDO ALGO QUE PRESTE)
Tagged digigrafiasDESFILE DE NULIDADES RESFOLEGANTES ATROCIDADES
Tagged digigrafiasUMA POESIA DE MALCOLM LOWRY
E minhas andanças pelas livrarias portenhas, adquiri um livro de poemas de Malcolm Lowry traduzidos para o espanhol “Malcolm Lowry Poemas – Editora Visor Livros (Espanha) 1995 – Tradução Mariano Antolín Rato”. Ao lê-lo, me impressionou o poema “El Faro Atrae La Tormenta”, no qual a idéia de um farol que atrai uma tempestade e a ilumina, resume uma concepção de arte na qual o artista chama para si os tormentos cósmicos e os banha com a luz de sua arte…
EL FARO ATRAE LA TORMENTA
El faro atrae a la tormenta y la ilumina.
Llevado por la tempestad se inclina el gran carguero
Bajo la rompiente donde la indómita ave marina revolotea,
Y encendiendo de espuma rocas, las hace arder.
¡Oh! , aves de la tinieblas del invierno que hace difícil
El vuelo con niebla, cuando el hielo congela
Alas de volar limitado por sellos de acero,
¿Qué espíritu benévolo te hace ondular aún como vilanos
Que los niños defienden del frio azul ?
(Malcolm Lowry – Tradução: Mariano Antolín Rato)
Sempre quis traduzir este poema, o problema era que não achava a poesia original… buscas e buscas na internet não davam em nada… Até que achei uma edição em inglês : “Select Poems of Malcolm Lowry – City Lights Books -2017)”
Ao ler o poema original, reparei que o mesmo continha uma série de rimas (lights it/ignites it/ flights it), (heels/ wheels), (congeals/ seals) que na tradução espanhola haviam sido suprimidas…
THE LIGHTHOUSE INVITES THE STORM
The lighthouse invites the storm and lights it.
Driven by tempest the tall freighter heels
Under the crag where the fiery seabird wheels,
And lightning of spume over rocks ignites it.
Oh, birds of darkness of winter whose flights it
Importunes with frost, when ice congeals
On wings bonded for flight by zero´s seals;
hat good spiritgnites it.
What good spirit undulates you still like kites that
Children are guardians of in cold blue?…
(Malcolm Lowry )
Então me propûs a uma tradução na qual estas rimas forrem mantidas, mesmo que tivesse que sacrificar singulares por plurais e alterar substantivos para um significado não tão literal… eis aqui minha tradução… espero que depois destas venham muitas outras aperfeiçoando este trabalho pioneiro:
O FAROL ATRAI AS TORMENTAS
O farol atrai as tormentas e as ilumeiam.
Levado pela tempestade os navios tombam
Sob o penhasco onde aves marinhas rondam
Raios de espuma as rochas incendeiam.
Pássaros das trevas do inverno que avoeiam
Importunados com a névoa congelante
Em asas coladas para seu voo avante;
Que bom espírito te faz ondular como pipas que
Crianças empinam em um gélido azul? …
(Malcolm Lowry – Tradução: José Geraldo de Barros Martins)
Tagged literatura, traduçõesVIDA TODA LINGUAGEM
Tagged digigrafiasVIAGEM AO REDOR DO MEU QUARTO – Xavier de Maistre – Tradução: Veresa Moraes – Editora 34
Nesta época de pandemia, esta é uma ótima sugestão de leitura: após participar de um duelo em 1794, com um oficial piemontês, Xavier de Maistre foi obrigado a passar 42 dias em prisão domiciliar em Turim, quando escreveu este relato divertido e bem-humorado, que mostra que um simples quarto pode ser um local riquíssimo em experiências, enfim, um pequeno universo… Xavier de Maistre nasceu em 1763 em Chambéry (hoje na França, na época pertencente ao reino da Sardenha), dedicando-se à literatura, pintura e balonismo, além do serviço militar, quando participou da campanha contra as forças revolucionárias francesas… exilado foi para a Rússia, onde ingressou no exército, lutando contra Napoleão e chegando a patente de general… sua obra não foi extensa, mas só as 71 páginas deste livro bastam para o colocar como um dos grandes mestres da literatura… o sujeito era tão bom escritor que foi citado por Machado de Assis no prólogo de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e por Jorge Luis Borges no conto “Aleph”, ou seja, em duas das melhores obras da literatura sul-americana… Além disso, pode-se dizer que foi um precursor da psicanálise… Esta edição ainda tem um belo pósfácio de Enrique Vila-Matas… Leia este livro e viaje ao redor de seu quarto!