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{ Monthly Archives } novembro 2004

Novidade no ar : o site Fora de Série da Monica Schoenacker e de seu marido Frédéric . As obras geniais dela junto com um monte de coisas interessantes . Confiram !!!

FROM THE STERN TO THE BOW

CUIDADO … ISTO PODE ACONTECER COM VOCÊ !!!

Ontem comprei um suco de laranja em embalagem longa-vida , de uma marca diferente … em casa , ao despejar o líquido no copo , a surpresa : a cor estava muito esbranquiçada … percebi então que minúsculas letras na embalagem me informavam que se tratava de um leite de soja sabor laranja … experimentei . Resultado : serei obrigado a beber gin em todos os dias deste final de semana para desinfetar meu organismo !!! É preciso estar atento e forte …

Citação do dia :

“What is man, when you come to think upon him, but a minutely set, ingenious machine for turning with infinite artfulness the red wine of Shiraz into urine?” (*)

(*) Que é o homem, se nos pusermos a considerá-lo, senão uma máquina engenhosa, regulada minuto por minuto, para transformar com infinita habilidade, o vinho vermelho de Shiraz em urina?

( Isak Dinesen )

DEVAGAR QUE O SONHO É DE BARRO

“Todas as vezes em que fui lá, havia tanta gente que me foi impossível ver os quadros, o que era espantoso, ou tantos quadros que não pude ver as pessoas, o que era pior ainda.”

( Oscar Wilde )

Pois bem , domingo passado fui à Bienal … achei a iluminação inadequada e o prédio mal cuidado , com o piso cheio de remendos … Quanto a exposição , acho que cada vez está mais parecido com o que antigamente chamávamos de Salão da Criança (*) … mas mesmo assim há algumas obras interessantes , como as de Beatriz Milhazes , por exemplo …

(*) Para quem tem menos de trinta e cinco anos , o Salão da Criança , era uma exposição anual para o público infantil patrocinada por fabricantes de brinquedos . Na década de 60 era realizada no Ibirapuera , depois passou a ser montada no Pavilhão do Anhembi …

“Minha pintura, a pintura suja, está delineada com ambigüidade, como um complemento expressivo móvel. A realidade nunca aparece diretamente no quadro. Primeiramente configura-se dentro da cabeça do espectador através de associações. O que se chama realidade na pintura é apenas um signo, uma cifra. A definição e o objeto definido estiveram sempre relacionados de maneira misteriosa, ao mesmo tempo em que podiam aparecer separados ou unidos. Isso é o ‘maya’. Se imaginarmos que estão unidos, como supunha o filósofo budista Nagarjuna, bastaria apenas pronunciar a palavra ‘fogo’ para provocar uma fogueira. Imaginemos agora que estão separados; então sem existir um objeto nomeado, não haverá nenhuma denominação e vice-versa. Quadro e palavra são algo de misterioso e ao mesmo tempo perigoso.”

( Antoni Tàpies )

Sábado , fui na mostra do supracitado artista catalão que está no Centro Cultural Banco do Brasil , no centro de São Paulo … não sou muito fã de suas pinturas , mas gosto bastante dos cartazes que ele fez ( e que estão expostos no sub-solo ). Depois , fui caminhando até o Bairro da Luz , onde comi deliciosas iguarias da culinária armênia no Effendi ( Rua Dom Antônio de Mello nº 77 ). Confira !!!

Neste mês faz vinte anos que saiu publicada a minha primeira capa … foi a do Jornal da FAU ( Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo ) … custava mil e quinhentos cruzeiros como vocês podem ver no detalhe aí embaixo …

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Citação do dia :

“THE HOLLOW MEN

We are the hollow men

We are the stuffed men

Leaning together

Headpiece filled with straw. Alas!

Our dried voices, when

We whisper together

Are quiet and meaningless

As wind in dry grass

Or rats’ feet over broken glass

In our dry cellar

Shape without form, shade without colour,

Paralysed force, gesture without motion;

Those who have crossed

With direct eyes, to death’s other Kingdom

Remember us — if at all — not as lost

Violent souls, but only

As the hollow men

The stuffed men.(*)”

(*) OS HOMENS OCOS

Nós somos os homens ocos

Os homens empalhados

Uns nos outros amparados

O elmo cheio de nada. Ai de nós!

Nossas vozes dessecadas,

Quando juntos sussurramos,

São quietas e inexpressas

Como o vento na relva seca

Ou pés de ratos sobre cacos

Em nossa adega evaporada

Fôrma sem forma, sombra sem cor

Força paralisada, gesto sem vigor;

Aqueles que atravessaram

De olhos retos, para o outro reino da morte

Nos recordam – se o fazem – não como violentas

Almas danadas, mas apenas

Como os homens ocos

Os homens empalhados.

(Trecho de “Os Homens Ocos” de T. S. Eliot – tradução : Ivan Junqueira )

Citação do dia :

“…y un rayo misterioso

hará nido en tu pelo,

luciérnaga curiosa

que verá que eres mi consuelo.(*)

(*)…e um raio misterioso

fará ninho em seu cabelo,

vagalume curioso

que verá que és o meu consolo

Fragmento de “El dia que me quieras” , tango composto por um francês ( Carlos Gardel ) e por um brasileiro ( Alfredo Le Pera ).