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{ Monthly Archives } março 2006

RICHIAMI

Quando dal sole sul mare di squame
scendono faville, mi fermo ed ascolto
il lento sciacquio dell’onda sonora.
L’onda si rompe sui gradi del molo
a spruzzi, a riccioli sparsi, danzante,
ora bianca, or rilucente… La terra
essa bacia e dice dolci parole;
indi si volge a un ignoto richiamo.

Odo pur io una voce lontana…
Mi sono dinanzi I dolci occhi pensosi
vivi di lampi improvvisi fugaci.
Tremo alla gioia allora e al pianto. Ardo
tutta nel cuore nei polsi nel viso.
Mi rivolgo. Il vento m’offende, sperde
le lacrime e irride crudele.

DESEJOS

Quando do sol sobre o mar de escamas
descem fagulhas, paro e escuto
o lento sacudir da onda sonora.
Quebra-se a onda nos degraus do cais
com borrifos, melenas esparsas, dançando
ora branca, ora reluzente… A terra
beija a onda e diz palavras doces:
depois retrai-se num desejo ignoto.

Escuto eu também uma voz distante…
Vejo adiante doces olhos pensativos
relampejantes improvisos fugazes.
Tremo de alegria então e choro. Ardo
tôda no coração, nos pulsos, no rosto.
Volto-me. Me ofende o vento e espalha
as lágrimas e gargalha, cruel.

( Úrsula Cottone – tradução : Oliveira Ribeiro Neto )

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TRIBUTO A ODAIR JOSÉ

Atenção , atenção : saiu um CD em homenagem a Odair José , cantor que nasceu em Morrinhos ( Goiás ) e que cantou o dia-a-dia das empregadas domésticas ( “Deixe Esta Vergonha de Lado” ) , das prostitutas ( “Eu Vou Tirar Você Deste Lugar” ) e dos demais excluídos … Em março de 1973 após tomar uísque com Tom Jobim no Castelo da Lagoa ( bar da zona sul do rio ) compôs “Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula)”, canção que provocu a ira dos setores conservadores da sociedade e de um laboratório farmacêutico multinacional que tentou comprar os direitos da canção ( para arquivá-la , é claro ).
Neste CD que saiu, o que mais se destaca são : Zeca Baleiro cantando “Eu, Você e a Praça” , Paulo Miklos cantando “Eu Vou Tirar Você Deste Lugar” , Pato Fu cantando “Uma Lágrima” , Mundo Livre/SA tocando “Deixe Esta Vergonha de Lado” , Mombojó cantando “Ela Voltou Diferente” , Polêxia cantando “A Maçã e a Serpente” , Picassos Falsos cantando “Esta Noite Você Vai Ter Que Ser Minha”, Arthur de Faria e Seu Conjunto cantando “Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula)”… enfim muito bom … o único defeito foi ninguém ter gravado a canção “As Minhas Coisas” , ao meu ver uma des mais belas do compositor goiano .

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FAZENDEIRO DO AR

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“POLÍTICA LITERÁRIA

O poeta municipal
discute com o poeta estadual
qual dêles é capaz de bater o poeta federal.

Enquanto isso o poeta federal
Tira ouro do nariz”

( Carlos Drummond de Andrade )

Este poema de Drummond , escito há setenta anos , só não é mais profético pelos simples fato de que Serra , Alkmin e Lula não são poetas , são apenas prefeito , governador e presidente.

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Tive um tio-avô que era artista , chamava-se Pedro : poeta , ceramista , tradutor , aquarelista … foi diretor do Museu de Arte Sacra … hoje vou publicar um poema dele publicado no nº 89 da Revista da Academia Paulista de Letras , depois publico algumas traduções de poesias italianas que ele realizou …

SACI

Vento,
Vento,
Vento
Vento zumbe, vento zune, vento passa.
Vento. O campo é um turbilhão.
No meu cavalo alazão,
cavalo de cinco patas,
corto o campo, venço matas,
montado no meu destino
de ser aquele que sou.
A perna que está sobrando
no meu cavalo alazão,
é a perna que me faltou;
a perna que se tornou
audácia de saltar valos,
novo sentido de cego
que não vê mas que pressente,
de mim e do meu cavalo.
Vento
Vento
Vento
Vento zumbe, vento zune, vento passa.
Minha voz é um assobio
sem som, guiando o corrupio
em perpétuo desafio
às coisas do mundo. Fio
frio e fino com que guio
o corrupio do vento
nos campos em que sou rei.
Vento quente,vento frio,
Vento
Vento,
Vento.
Eu assobio, assobio
Montado no meu cavalo
Passo-passando-passei.

( Oliveira Ribeiro Neto )

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CHORAMINGANTE AMADA

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PONTO FINAL ( MATCH POINT )

Muitas pessoas acreditam que todos os nosso atos na vida foram prefixados antes por nós mesmos , que se pudéssemos voltar ao passado faríamos as mesmíssimas coisas … Schopenhauer formulou teorias interessantes à respeito em “Parerga e Paralipomena” , Borges as retoma no conto “Deutsches Requiem” … eu mesmo sou adepto desta teoria , não acho que bola na trave seja azar ( mesmo aquela bola da Holanda que veio pingando e bateu na trave argentina e saiu , no finalzinho da final da Copa de 1978 ) , foi erro de chute , se o centroavante chuta certo a bola entra e pronto …
Mas existem pessoas que acreditam na sorte , no acaso , pensam que a determinação, a vontade humana conta pouco, que o que conta é o acaso , que a vida não tem sentido , que é um lance de dados ( “Un Coup de Dés” de Mallarmé ) … partindo desta teoria , Woddy Allen construiu um belíssimo filme : “Ponto Final” ( Match Point ) … só a metáfora da sorte identificada como a bolinha de tênis que bate na rede e pode cair em um lado ou em e outro e decidir uma partida , bem como sua repetição no momento decisivo do filme , são cenas que ficarão para a história do cinema … Não sou muito fã de Woddy Allen, ( há filmes dele que não me interessei em assitir ) , mas nesta pelicula ele foi corajoso em realizar uma tragédia, ousou ao colocar somente ópera com trilha sonora em meio a diálogos em três sotaques bem distintos ( britânico , irlandês e americano ) e mostrou como um cinema , com uma profundidade na captação de paisagens urbanas como o dele ( que ficava praticamente restrito a Nova York ) ganhou ao filmar em outros cenários ( ninguém filma as pessoas caminhando pelas ruas e entrando e saindo de casa que nem ele )…. Assistam !!!

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Citação do dia :

“O viajante

Eu sempre que parti, fiquei nas gares
Olhando, triste, para mim…”

( Mário Quintana )

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BOM MESMO É TER VOCÊ ALI , OLHO NO OLHO

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