Skip to content

Tive um tio-avô que era artista , chamava-se Pedro : poeta , ceramista , tradutor , aquarelista … foi diretor do Museu de Arte Sacra … hoje vou publicar um poema dele publicado no nº 89 da Revista da Academia Paulista de Letras , depois publico algumas traduções de poesias italianas que ele realizou …

SACI

Vento,
Vento,
Vento
Vento zumbe, vento zune, vento passa.
Vento. O campo é um turbilhão.
No meu cavalo alazão,
cavalo de cinco patas,
corto o campo, venço matas,
montado no meu destino
de ser aquele que sou.
A perna que está sobrando
no meu cavalo alazão,
é a perna que me faltou;
a perna que se tornou
audácia de saltar valos,
novo sentido de cego
que não vê mas que pressente,
de mim e do meu cavalo.
Vento
Vento
Vento
Vento zumbe, vento zune, vento passa.
Minha voz é um assobio
sem som, guiando o corrupio
em perpétuo desafio
às coisas do mundo. Fio
frio e fino com que guio
o corrupio do vento
nos campos em que sou rei.
Vento quente,vento frio,
Vento
Vento,
Vento.
Eu assobio, assobio
Montado no meu cavalo
Passo-passando-passei.

( Oliveira Ribeiro Neto )

Post a Comment

Your email is never published nor shared. Required fields are marked *