Citação do dia :
“Oh senhor cidadão
Eu quero saber
Eu quero saber
Com quantos quilos de medo
Com quantos quilos de medo
Se faz uma tradição”
( Tom Zé )
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The soul of Man must quicken to creation.
Out of the meaningless practical shapes of all that is living or lifeless
Joined with the artist’s eye, new life, new form, new colour.
Out of the sea of sound the life of music,
Out of the slimy mud of words, out of the sleet and hail of verbal imprecisions,
Approximate thoughts and feelings, words that have taken the place of thoughts and feelings,
There spring the perfect order of speech, and the beauty of incantation.” (*)
(*)A alma do Homem deve aprestar-se rumo à criação.
Da pedra informe, quando à pedra se conjuga o artista,
Surgem sempre novas formas vida, da alma do homem à alma da pedra unida;
Das formas funcionais e privas de sentido de tudo o que palpita e jaz sem vida,
Se o olho do artista as ilumina, afloram vida nova, novas formas, cores vivas.
Do oceano do som emerge a vida da polifonia,
Do viscoso lodo das palavras, do granizo e da nevasca das imprecisões verbais,
Das idéias e dos sentimentos inexatos, das palavras que lhe tomam o espaço,
Desvela-se a seqüência harmônica da frase, e a beleza das palavras mágicas.
( T. S. Eliot – tradução: Ivan Junqueira )
Also tagged literaturaCitação do dia:
“Para mim um quadro deve ser algo amável, alegre e belo, sim, belo. Já existem muitas coisas desagradáveis na vida. Para que inventarmos mais.”
( Pierre-Auguste Renoir )
Also tagged artes plásticasCitação do dia:
“Um dia talvez compreendam que cumpri, como nenhum outro, o meu dever-nato de intérprete de uma parte do nosso século; e, quando o compreendam, hão de escrever que na minha época fui incompreendido, que infelizmente vivi entre desafeições e friezas, e que é pena que tal me acontecesse. E o que escrever isso será, na época em que o escrever, incompreendedor, como os que me cercam, do meu análogo daquele tempo futuro. Porque os homens só aprendem para uso dos seus bisavós que já morreram. Só aos mortos sabemos ensinar as verdadeiras regras de viver.”
( Fernando Pessoa )
Also tagged literaturaA citação do dia foi uma sugestão de meu amigo Sillas, vejam só :
ORAÇÃO ANTE A ÚLTIMA TRINCHEIRA
Agora é o silêncio.
É o silêncio que faz a última chamada:
É o silêncio que responde:
– Presente!
Depois será a grande asa tutelar de São Paulo,
_ asa que é dia e noite e sangue e estrela e mapa _
descendo, petrificada, sob um sono que é vigília.
E aqui ficareis, Heróis-Mátires, plantados firmes,
para sempre, neste santificado torrão de chão paulista.
Para receber-vos, feriu-se ele da máxima
de entre as únicas feridas, na terra,
que nunca se cicatrizam,
porque delas uma imensa coisa emerge
e impõe-se que as eterniza.
Só para o alicerce, a lavra, a sepultura e a trincheira
se tem o direito de ferir a terra.
E, mais legítima que o alicerce,
que se eterniza na casa, a dar teto para o amor,
a família, a honra, a paz;
Mais legítima que a ferida da lavra,
que se eterniza na árvore,
a dar lenho para o leito, a mesa, o cabo da enxada,
a coronha do fuzil;
Mais legítima que a ferida da sepultura que se eterniza no mármore
a dar imagem para a saudade, o consolo,
a bênção, a inspiração;
Mais legítima que essas feridas
é a ferida da trincheira,
que se eterniza na Pátria,
a dar pura razão de ser da casa,
da árvore e do mármore.
Este cavado trapo da terra,
corpo místico de São Paulo
em que hora existis consubstanciados,
mais que corte de alicerce,
sulco de lavra, cova de sepultura,
é rasgão de trincheira.
E esta, perene, que povoais,
é a nossa última trincheira.
Esta é a trincheira que não se rendeu
a que deu à terra o seu suor,
a que deu à terra a sua lágrima,
a que deu à terra o seu sangue !
Esta é a trincheira que não se rendeu,
a que é nossa bandeira gravada no chão,
pelo branco do nosso Ideal,
pelo negro do nosso Luto,
pelo vermelho do nosso Coração.
Esta é a trincheira que não se rendeu,
a que, atenta, nos vigia,
a que, invicta, nos defende,
a que, eterna, nos glorifica !
Esta é a trincheira que não se rendeu,
a que não transigiu,
a que não esqueceu, a que não perdoou !
Esta é a trincheira que não se rendeu:
Aqui a vossa presença, que é relíquia,
transfigura e consagra no altar
para o vôo, até Deus, de nossa fé.
E, pois, ante este altar, alma de joelho,
a vós rogamos:
_ Soldados Santos de 32,
sem armas em vossos ombros, velai por nós !;
sem balas na cartucheira, velai por nós!;
sem pão em vosso bornal, velai por nós!;
sem água em vosso cantil, velai por nós!;
sem galões de ouro no braço, velai por nós!;
sem medalha sobre o cáqui, velai por nós!;
sem mancha no pensamento, velai por nós!;
sem medo no coração, velai por nós!;
sem sangue já pelas veias, velai por nós!;
sem lágrimas ainda nos olhos, velai por nós!;
sem sopro mais entre os lábios, velai por nós!;
sem nada a não ser vós mesmo, velai por nós!;
sem nada senão São Paulo, velai por nós!
( Guilherme de Almeida )
Also tagged literaturaCitação do dia :
O pensamento de um pintor não deve ser considerado à parte de seus meios. Quanto mais profundo for o pensamento, mais completos têm de ser os meios – e por concretos não entenda complicados. Não posso distinguir entre o sentimento que tenho da vida e o modo como a traduzo.”
( Henri Matisse )
Also tagged artes plásticasCitação do dia :
“For I have known them all already, known them all
– Have known the evenings, mornings, afternoons,
I have measured out my life with coffee spoons;” (*)
(*)Pois já conheci a todos, a todos conheci
– Sei dos crepúsculos, das manhãs, das tardes,
Medi minha vida em colherinhas de café;
( T. S. Eliot – tradução : Ivan Junqueira )
Also tagged literaturaCitação do dia :
“É na verdade inacreditável o quanto insignificante e vazio de sentido, visto de fora, e estúpido e irrefletido, apreendido de dentro, é o curso da vida da maior parte dos homens. É uma espera tola e preocupante, uma marcha titubeante através das quatro idades da vida, até a morte, na companhia de uma procissão de pensamentos triviais. Eles assemelham-se a relógios que são montados e funcionam ser saber porquê; e cada vez que um homem é gerado e nasce, o relógio da vida humana é novamente montado, para repetir mais uma vez seus inumeráveis estribilhos, frase por frase, medida por medida, com variações insignificantes. Cada indivíduo, cada rosto humano e o curso da sua vida é apenas um sonho curto a mais do infinito espírito da natureza, da obstinada vontade de viver, é apenas mais uma imagem fugidia, que a brincar ela esboça em sua tela infinita, o espaço e o tempo, e em apenas um momento, que comparado com aquele é ínfimo, deixa existir e depois é apagada, pra dar lugar a outras.”
( Arthur Schopenhauer )
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O chestnut-tree, great-rooted blossomer,
Are you the leaf, the blossom or the bole?
O body swayed to music, O brightening glance,
How can we know the dancer from the dance? (*)
(*) Ó castanheiro, florescedor de grandes raízes,
És a folha, a flor ou o tronco?
Ó corpo que oscila com a música, ó olhar iluminador,
Como havemos de distinguir o dançarino da dança?
( William Butler Yeats – tradução Octavio Mendes Cajado )
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