Sobre
Recomendo
TAGUES
amigos aquarelas arquitetura artes plásticas Assis Bares boxe caricaturas cinema Citações coquetéis críticas culinária desenhos desenhos em computador Digigrafia digigrafias família futebol gouaches literatura Livraria Martins mini-contos música Neruda outros escritos paisagens digitais pinturas Pinturas em luz negra poesia pop-art Programação Visual quadrinhos traduções tuda Viagens vinhosARQUIVO
- março 2025
- fevereiro 2025
- janeiro 2025
- dezembro 2024
- novembro 2024
- outubro 2024
- setembro 2024
- agosto 2024
- julho 2024
- junho 2024
- maio 2024
- abril 2024
- março 2024
- fevereiro 2024
- janeiro 2024
- dezembro 2023
- novembro 2023
- outubro 2023
- setembro 2023
- agosto 2023
- julho 2023
- junho 2023
- maio 2023
- abril 2023
- março 2023
- fevereiro 2023
- janeiro 2023
- dezembro 2022
- novembro 2022
- outubro 2022
- setembro 2022
- agosto 2022
- julho 2022
- junho 2022
- maio 2022
- abril 2022
- março 2022
- fevereiro 2022
- janeiro 2022
- dezembro 2021
- novembro 2021
- outubro 2021
- setembro 2021
- agosto 2021
- julho 2021
- junho 2021
- maio 2021
- abril 2021
- março 2021
- fevereiro 2021
- janeiro 2021
- dezembro 2020
- novembro 2020
- outubro 2020
- setembro 2020
- agosto 2020
- julho 2020
- junho 2020
- maio 2020
- abril 2020
- março 2020
- fevereiro 2020
- janeiro 2020
- dezembro 2019
- novembro 2019
- outubro 2019
- setembro 2019
- agosto 2019
- julho 2019
- junho 2019
- maio 2019
- abril 2019
- março 2019
- fevereiro 2019
- janeiro 2019
- dezembro 2018
- novembro 2018
- outubro 2018
- setembro 2018
- agosto 2018
- julho 2018
- junho 2018
- maio 2018
- abril 2018
- março 2018
- fevereiro 2018
- janeiro 2018
- dezembro 2017
- novembro 2017
- outubro 2017
- setembro 2017
- agosto 2017
- julho 2017
- junho 2017
- maio 2017
- abril 2017
- março 2017
- fevereiro 2017
- janeiro 2017
- dezembro 2016
- novembro 2016
- outubro 2016
- setembro 2016
- agosto 2016
- julho 2016
- junho 2016
- maio 2016
- abril 2016
- março 2016
- fevereiro 2016
- janeiro 2016
- dezembro 2015
- novembro 2015
- outubro 2015
- setembro 2015
- agosto 2015
- julho 2015
- junho 2015
- maio 2015
- abril 2015
- março 2015
- fevereiro 2015
- janeiro 2015
- dezembro 2014
- novembro 2014
- outubro 2014
- setembro 2014
- agosto 2014
- julho 2014
- junho 2014
- maio 2014
- abril 2014
- março 2014
- fevereiro 2014
- janeiro 2014
- dezembro 2013
- novembro 2013
- outubro 2013
- setembro 2013
- agosto 2013
- julho 2013
- junho 2013
- maio 2013
- abril 2013
- março 2013
- fevereiro 2013
- janeiro 2013
- dezembro 2012
- novembro 2012
- outubro 2012
- setembro 2012
- agosto 2012
- julho 2012
- junho 2012
- maio 2012
- abril 2012
- março 2012
- fevereiro 2012
- janeiro 2012
- dezembro 2011
- novembro 2011
- outubro 2011
- setembro 2011
- agosto 2011
- julho 2011
- junho 2011
- maio 2011
- abril 2011
- março 2011
- fevereiro 2011
- janeiro 2011
- dezembro 2010
- novembro 2010
- outubro 2010
- setembro 2010
- agosto 2010
- julho 2010
- junho 2010
- maio 2010
- abril 2010
- março 2010
- fevereiro 2010
- janeiro 2010
- dezembro 2009
- novembro 2009
- outubro 2009
- setembro 2009
- agosto 2009
- julho 2009
- junho 2009
- maio 2009
- abril 2009
- março 2009
- fevereiro 2009
- janeiro 2009
- dezembro 2008
- novembro 2008
- outubro 2008
- setembro 2008
- agosto 2008
- julho 2008
- junho 2008
- maio 2008
- abril 2008
- março 2008
- fevereiro 2008
- janeiro 2008
- dezembro 2007
- novembro 2007
- outubro 2007
- setembro 2007
- agosto 2007
- julho 2007
- junho 2007
- maio 2007
- abril 2007
- março 2007
- fevereiro 2007
- janeiro 2007
- dezembro 2006
- novembro 2006
- outubro 2006
- setembro 2006
- agosto 2006
- julho 2006
- junho 2006
- maio 2006
- abril 2006
- março 2006
- fevereiro 2006
- janeiro 2006
- dezembro 2005
- novembro 2005
- outubro 2005
- setembro 2005
- agosto 2005
- julho 2005
- junho 2005
- maio 2005
- abril 2005
- março 2005
- fevereiro 2005
- janeiro 2005
- dezembro 2004
- novembro 2004
- outubro 2004
- setembro 2004
- agosto 2004
- julho 2004
- junho 2004
- maio 2004
- abril 2004
- março 2004
- fevereiro 2004
- janeiro 2004
- dezembro 2003
- novembro 2003
- outubro 2003
- setembro 2003
- agosto 2003
- julho 2003
- junho 2003
- maio 2003
- abril 2003
- março 2003
- fevereiro 2003
- janeiro 2003
- dezembro 2002
- novembro 2002
- outubro 2002
- setembro 2002
- agosto 2002
- julho 2002
- junho 2002
- maio 2002
- abril 2002
- março 2002
- fevereiro 2002
- janeiro 2002
- dezembro 2001
- novembro 2001
- outubro 2001
- setembro 2001
- agosto 2001
- julho 2001
outubro 2023

BILLY BUDD – Herman Melville – Tradução: Bruno Gambarotto – Editora Grua
Embora seja uma obra menos conhecida do autor de “Moby Dick”, “Barterbly” e ”Benito Cereno”, bem como de apresentar uma trama bem mais simples que estes escritos, “Billy Budd” é uma novela que depois de lida, revela camadas ocultas e significados inesperados, após o texto ser devidamente digerido.
A trama se passa em um navio de guerra inglês, H. M. S: Bellipotent, no período entre a revolta armada em Nore, em1797, conhecida como “O Grande Motim” e aquela que talvez seja o maior triunfo da marinha britânica, “A Batalha de Trafalgar”, em 1805, ou seja, uma época na qual os comandantes da esquadra inglesa, assombrados com o que ocorrera na França um pouco antes (a queda da Bastilha ocorreu em 1789) estavam empenhados na manutenção da disciplina…
Neste contexto,a interação entre os três personagens – Billy Budd, o marinheiro bonitão e simpático, querido pelos companheiros; o capitão Edward Fairfax Vere, experiente, resoluto e ao mesmo tempo apreciador de bons livros, respeitado pela tripulação; e o mestre-d’armas (responsável pela disciplina dos marinheiros) John Claggart, que embora eficiente, ingressara na marinha em idade avançada (o que os marinheiros atribuíam a uma vida pregressa) – leva a novela a um desenlace que antecipa um gênero que seria criado muito tempo depois pelo cinema norte-americano: um julgamento, no qual os argumentos das diversas partes , bem como o veredito proferido, são a parte mais importante da obra.
Aqui fica o comentário de Leon Howard no livro “Herman Melville” (coleção escritores norte americanos – Livraria Martins Editora – tradução da minha querida avó, Edith Pestana Martins):
“ ‘Billy Bud’ tem quase tantos significados para quantos leitores quanto Moby Dick e talvez pelas mesmas razões. Este livro tem a ambivalência oculta de qualquer obra de arte que se desenvolva pela acreação e não pelo desígnio, a ambiquidade que é encontrada em qualquer tentativa inteligente e honesta para resolver o profundo problema da conduta humana, e a força que um autor só transmite à sua obra quando conseque capturar em seu próprio ser as principais tensões de sua idade. Pois o problema que angustiou Melville em Billy Bud não foi o problema do conhecimento, que tanto o preocupou na mocidade. Foi o problema do homem. É ele um ser social responsável pelo bem estar da sociedade a que pertence? Ou é ele, um indivíduo moral independente, responsável para com sua consciência privada por sua culpa ou inocência?”
Mais um adendo: reparem na diferença no qual o personagem Billy Bud é descrito na narrativa, no jornal de assuntos navais e na balada popular. Onde estará a verdade? Será que a narrativa não é mentirosa? Será que o Billy Bud “verdadeiro” é o do jornal? Ou será o da canção popular?

MANTINI
Esta receita eu aprendi na coluna de meu colega de ginásio, colegial e faculdade Daniel Benevides
3 partes de gin
1 parte de cerveja british bitter ale (de acordo com o guia Difford’s, eu utilizei uma Indian Pale Ale)
Coloque uma em uma coqueteleira com gelo e mexa. Sirva em uma taça previamente gelada. Adicione uma azeitona.
É interessante que a cerveja é usada como tempero.
Tagged coquetéis
ADÁN BUENOSAYRES – Leopoldo Marechal – Ediciones Corregidor
Leopoldo Marechal é um dos autores mais injustiçados da literatura argentina… Colaborador de revistas literárias como Proa e Martin Fierro, era amigo de Jorge Luis Borges, Vitoria Ocampo e demais escritores… Porém sua adesão ao peronismo e a forma irônica com que expôs a intelectualidade portenha em seu romance de estréia editado em 1948, colocou-o em um ostracismo… na época, somente um jovem escritor elogiou o livro… um tal de Julio Cortázar…
Este livro nunca foi traduzido em português…. Uma falha gravíssima de nossas editoras (inclusive da Livraria Martins Editora, que pertenceu a meu avô, que lançou Antônio Cândido, Lygia Fagundes Telles e Jorge Mautner, mas não lançou Leopoldo Marechal em solo brasileiro)…
O livro começa com “O Prólogo Indispensável” onde um narrador denominado L.M. descreve o enterro do personagem Adán Buenosayres e informa que irá narrar seus derradeiros dias e também dois textos escritos por Adán: “O Caderno de Capas Azuis” e “A Viagem a Obscura Cidade de Cacodelphia” . Na verdade nesta parte inical já está prefigurado o final do livro, como bem observa Javier de Navascués no prólogo do livro, citando “East Coker” de T. S. Eliot: “In my beginning is in my end, in my end is my beginning.”
Depois do prólogo, temos sete livros, os cinco primeiros descrevem os últimos dias do escritor: o despertar do protagonista, sua conversa com seu vizinho de quarto de pensão, Samuel Tesler (baseado no escritor Jacobo Fijman), as andanças em Vila Crespo, onde avista a igreja do Cristo de mãos quebradas, sua incursão em uma tertúlia literária no bairro de Saavedra onde ele entrega sua obra literária “O Caderno de Capas Azuis” àquela a quem tanto ama, Solveig Amundsen… esta, recusa a leitura e lhe devolve a obra… a partir daí uma serie de acontecimentos se sucedem com o protagonista e seus amigos, todos baseados em pessoas reais: além da similaridade de Samuel Tesler/Jacobo Fijman, Jorge Luis Borges é Luis Pereda, Xul Solar é Schultze, Raúl Scalabrini Ortiz é Bernini, Norah Lange é Solveig Amundsen, etc. Estes cinco livros são narrados em tom de epopéia com um paralelismo com a Odisséia, numa clara referência a Ulisses de James Joyce.
Já no sexto livro “O Caderno de Capas Azuis”, o tom muda, uma vez que não é uma obra escrita por Leopoldo Marechal, mas por seu personagem Adán Buenosayres… o estilo rebuscado lembra as obras do Século de Ouro da literatura espanhola, e em alguns momentos parece“O Livro do Desassossego” de Fernando Pessoa, embora seja muito improvável que Leopoldo Marechal tivesse contato com a obra do escritor português.
O último livro é uma descida a Cidade de Cacodelphia, uma região infernal, onde Adan guiado por Schultze é conduzido aos círculos infernais em uma clara referência à Divina Comédia de Dante Alighieri, e também no final a Metamorfose de Kafka…
Adán Buenosayres é uma livro em que uma série de lacunas e elipses deixam uma obra em aberto, sujeita a uma série de conjecturas, por exemplo: não fica claro se “O Caderno de Capas Azuis” foi escrito antes ou depois de “A Viagem a Obscura Cidade de Cacodelphia”, e tanto uma quanto outra hipótese alteram significativamente o sentido da obra… Tive a felicidade de adquirir este exemplar na Feira do Livro de Buenos Aires, mas quem encomendá-lo e se aveturar a lê-lo será recompensado com um tipo de obra que foge do cânone da literatura latino-americana reconhecida, e que avança por territórios desconhecidos dentro um sofisticado contexto filosófico composto por Pseudo-Dionísio Areopagita, Leão Hebreu (Judá Abravanel), Plotino, Santo Agostinho, São Boaventura, etc. Segue um pequeno exemplo:
“A verdade é infinita – disse –. E me parece que há duas maneira de abordá-la: uma é do vidente que, ao reconhecer a importância de sua finitude ante ao infinito, pede para ser assimilado pelo infinito pela virtude do Outro e pela morte de si mesmo – meu Caderno de Capas Azuis! -; a outra é a do cego que trata de abarcar o infinito com sua própia finitude, a qual é matematicamente impossível.” (Leopoldo Marechal, a tradução é minha).
Tagged literatura