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{ Monthly Archives } agosto 2007

“Antes de tomar corpo e tornar-se acessível aos sentidos humanos a obra já existe em abstrato. Para a necessária materialização qualquer meio é bom, tanto a lógica como a intuição.”

( Wassily Kandinsky )

… É curioso … acabei de assistir uma entrevista do Martinho da Vila (no programa Zoombido na tv a cabo ) e ele disse a mesmíssima coisa !!!

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TARDE MOURISCA

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Citação do dia :

“Oh senhor cidadão
Eu quero saber
Eu quero saber
Com quantos quilos de medo
Com quantos quilos de medo
Se faz uma tradição”

( Tom Zé )

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NO CÉU DE UMA CIDADE DO INTERIOR

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LÁ VEM A ONDA !!!

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ACONTECEU NAQUELE BAR

Ele poderia ter escolhido outro caminho , mas resolveu passar em frente ao antigo bar que freqüentava na época da faculdade … fazia muito tempo que não voltava… parou o carro , e resolveu andar algumas quadras a pé , só para passar lá e verificar como estava …
O bar continuava o mesmo , as grades que delimitavam o bar ainda eram as mesmas : pedaços de dormentes fincados no piso sustentando correntes … lá dentro também pouca coisa mudara , talvez a cor das paredes fosse outra , mas ainda estavam aquelas mesas e cadeiras metálicas com os logotipos das indústrias de cerveja … esta , por sinal deveria estar morna ( como sempre fora ) mas com pedaços de gelo grudados do lado de fora ( para das a impressão que estava “trincando de gelo” ) … também ainda devia ter X-Trambique ( um delicioso sanduíche a base de pão francês , copa , cebola crua e queijo prato derretido ) ou a tradicional calabresa frita no álcool …
Ele reparou porém que os garçons mudaram , não havia mais o Oscar o garçon principal , um maluco que depois tornou-se escritor , nem o Etivíldio com seu cabelo Jackson Five …
Mas para ele a única coisa diferente mesmo que estava vendo , era a ausência de uma turma de frequëntadores , de cinco pessoas que iam religiosamente lá na hora do almoço discutir os rumos da arquitetura e das artes no brasil : ele mesmo e seus quatro amigos : Sávio Cacciaccinni, Fúlvio Dicaravaggio, Sancho Ruiz Maldini e Hildon Risério ( os dois primeiros pintores, os dois últimos escultores ) …
Começou a lembrar das discussões exaltadas , de como eles pretendiam revolucionar as artes , de como tinha absoluta certeza de que todos eles iriam entrar para a história e que aquele bar seria conhecido como o local em que aqueles gênios freqüentavam , que aquela esquina viraria ponto de afluxo de ônibus de turismo … Porém nada daquilo acontecera , os amigos viraram profissionais liberais ( arquiteto , publicitário ou chefes-de-cozinha ) e ele trabalhava na mediocridade do funcionalismo público …
“ – Onde foi que erramos” era o ele que perguntava a si mesmo estarrecido … resolveu entrar e pedir uma cerveja preta , e ficou pensando , e quanto mais ele pensava mais indignado ficava “- Por que nós nunca fizemos sucesso ? Nós que éramos os Donos da Arte no Brasil , Por que fracassamos ?”
Pediu outra cerveja e naquele intervalo de tempo em que alguém espera o garçon trazer o pedido , ele teve um estalo : se lembrou das teorias de Arthur Schopenhauer e percebeu que na verdade as pessoas são aquilo que elas querem ser … ou seja : aquelas reuniões eram preparatórias para que todos fossem o que são , pessoas comuns vivendo uma vida decente com as suas famílias , o “Homem Comum Enfim” que James Joyce tanto preconizou … então ele percebeu o sentido de tudo aquilo e deu uma enorme gargalhada !!!

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Citação do dia :

The soul of Man must quicken to creation.
Out of the meaningless practical shapes of all that is living or lifeless
Joined with the artist’s eye, new life, new form, new colour.
Out of the sea of sound the life of music,
Out of the slimy mud of words, out of the sleet and hail of verbal imprecisions,
Approximate thoughts and feelings, words that have taken the place of thoughts and feelings,
There spring the perfect order of speech, and the beauty of incantation.” (*)

(*)A alma do Homem deve aprestar-se rumo à criação.
Da pedra informe, quando à pedra se conjuga o artista,
Surgem sempre novas formas vida, da alma do homem à alma da pedra unida;
Das formas funcionais e privas de sentido de tudo o que palpita e jaz sem vida,
Se o olho do artista as ilumina, afloram vida nova, novas formas, cores vivas.
Do oceano do som emerge a vida da polifonia,
Do viscoso lodo das palavras, do granizo e da nevasca das imprecisões verbais,
Das idéias e dos sentimentos inexatos, das palavras que lhe tomam o espaço,
Desvela-se a seqüência harmônica da frase, e a beleza das palavras mágicas.

( T. S. Eliot – tradução: Ivan Junqueira )

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