MÁQUINAS COMO EU – Ian Mc Ewan – tradução Jorio Dauster – Companhia das Letras.
Este livro é passado em um fictício ano de 1982, quando a Inglaterra
perde a guerra das Malvinas, os Beatles se reúnem e lançam um novo disco
“Love and Lemmons” e o matemático Alan Turing (aquele do filme “Código
de Imitação”) não se suicida e se torna um gênio da computação e sua
empresa lança no mercado os primeiros robôs… o protagonista do livro
resolve comprar um destes primeiros robôs e programa metade de sua
personalidade… a outra metade ele deixa a cargo de sua namorada… Um livro essencial em nosso presente em que as máquinas cada vez mais interagem em nosso cotidiano.
Finalmente terminei de ler “O Arco-íris da Gravidade” de Thomas
Pynchon – Companhia das Letras – tradução de Paulo Henriques Britto..,
Valeu a pena desbravar estas 731 páginas com cerca de 400 personagens…
provavelmente ele é o maior escritor vivo… é um livro daqueles que
temos que reler de tempos em tempos. Vejam uma brilhante descrição desta magnífica obra aqui
SILVIA NASTARI – O PROJETO GRÁFICO DA COLEÇÃO BIBLIOTECA DA LITERATURA BRASILEIRA, PUBLICADA PELA LIVRARIA MARTINS EDITORA NAS DÉCADAS DE 1940 E 1950
Existem pessoas que, tal qual mergulhadores que desafiam as profundidades oceânicas para resgatar tesouros marinhos que jazem nos fundos dos mares; se embrenham em sebos, livrarias, arquivos digitais, etc, para resgatar tesouros culturais, que permaneceriam esquecidos… com certeza, nos céus deve haver um lugarzinho reservado para estas pessoas, pois o resgate da memória é uma forma de minimizar o nosso subdesenvolvimento (“país subdesenvolvido não tem memória”, já dizia o ditado).
Uma destas
pessoas é Silvia Nastari, que elaborou uma tese
de mestrado sobre o projeto gráfico da coleção Biblioteca de Literatura
Brasileira, publicada pela Livraria Martins Editora nas décadas de 1940 e 1950,
que foi criada por meu ilustre avô José de Barros Martins.
Esta
coleção foi ilustrada pelos melhores artistas plásticos da época: Tarsila,
Anita Malfatti Alberto Guignard , José Wash Rodrigues, Santa Rosa, Clóvis
Graciano, Francisco Acquarone, Darcy Penteado, Di Cavalcanti, Aldemir Martins,
etc… que estão nas páginas de livros
como “A Moreninha”, “Iracema”, “Marília
de Dirceu”, “Vida e Morte do Bandeirante”, “Reflexões Sobre a Vaidade dos
Homens”; “Casa Velha”, “Os Escravos”, “Memória de um Sargento de Milícias”, “O
Ermitão de Muquem”, “O Garimpeiro”, “Noite na Taverna”, “Macário”, “Lourenço”
etc…
Além
das capas e ilustrações, dentre muitas coisas, a tese de Silvia Nastari mostra as capitulares (letras no início da obra,
de maior dimensão que o restante corpo do texto) da coleção, feitas por Tarsila, Darcy
Penteado, Aldemir Martins, etc…
Hoje,
ao visitei meu pai, e pude contemplar sua tese, fiquei encantado… quem se
interessar pode ir à biblioteca da FAU-USP e apreciar este brilhante trabalho…
Malcolm
Lowry – Detrás del Volcán – Editora Gallo Nero. Este livro contém a
correspondência de Malcolm Lowry com seu editor Jonathan Cape, que
queria que o escritor suprimisse trechos de seu romance “A Sombra do
Vulcão”. Lowry em sua longa carta explica, capítulo por capítulo,
explicando por que não iria retirar nem uma vírgula… O editor, não
respondeu, mas publicou o livro tal qual seu autor queria… para o bem
da literatura.
O
Segundo Arco-íris Branco – Haroldo de Campos – Editora Iluminuras – um
apanhado de ensaios literários e traduções com destaque para o Livro de
Jó, Sóror Inés de La Cruz, James Joyce, Wallance Stevens e Júlio
Cortázar, aliás no texto sobre o genial escritor argentino, Haroldo de
Campos faz uma brilhante análise de “Jogo de Amarelinha” e traduz o
poema Zipper Sonnet, um dos maiores poemas da língua hispânica.
“Quando uma sociedade se corrompe, o que gangrena primeiro é a linguagem”
(Octávio Paz em O labirinto da Solidão) livro de ensaios sobre a realidade latino americana, cuja leitura é muito útil nestes dias que estamos vivendo
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Amanhã – Josef Conrad – Tradução: Mário Bersighello -Edições Folha
Gostei bastante desta novela de Conrad… dele só havia lido romances (Lord Jim e Coração das Trevas)… está novela é uma metáfora de uma situação na qual alguém espera tanto uma coisa é fica tão ensandecido que quando a coisa ocorre este alguém não percebe…
O Barco Aberto – Stephen Crane – Edições Folha de São Paulo
Stephen Crane foi um dos precursores do realismo norte-americano, admirado por Hemingway e outros… Esta novela conta a estória (verídica, da qual o autor tomou parte) de um naufrágio na costa da Flórida. Vale a pena conferir!!!
Rodrigo Rey Rosa – Tres Novelas Exóticas -Editora Alfaguara
Só agora que estão publicando este escritor guatemalteco em Pindorama, porém este livro ainda não tenha saído por aqui.
São três novelas: “Lo que Soñó Sebastián”, “La Orilla Africana” e “El Tren a Travancore” passadas na selva de Petén (Guatemala), Marrocos e no sul da Índia. Não gostei da primeira, pois achei os personagens estereotipados, já a segunda e a terceira são muito boas, uma mistura de Bolaño e Tabucchi…