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{ Tag Archives } cinema

Passei muitos anos com uma TV precária 14 polegadas , sem controle remoto … preferia comprar livros . Agora tomei vergonha e comprei uma nova e peguei o aparelho DVD da minha namorada emprestado : os primeiros DVDs que aluguei foram : “Chimes at Midnight- Falstaff” de Orson Welles ( baseado na peça Henrique IV de William Shakespeare ) , “Mil e Uma Noites’ de Pasolini e um filme de três episódios baseados em contos de Edgar Allan Poe com direção de Fellini , Roger Vadim e Louis Malle … Depois percebi que os três DVDs eram baseados em livros clássicos … bem sintomático …
Sobre os filmes , o seguinte : Sir John Falstaff é o único personagem cômico do gênio da literatura inglesa e o único papel cômico interpretado ( magistralmente ) pelo gênio do cinema americano … imperdível !!!
Sobre os dois filmes restantes : Fuja !!!

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Citação do dia :

“Olhamos para a tela hoje como olhamos antes para o céu. Olhamos os astros e os astros nos olham. Uma luz que acena, uma luz que nos chama, como se de tão longe tentassem revelar seus segredos, ou de tão longe compreender os nossos…”

( Julio Bressane )

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Citação do dia :

“Quero lembrar aqui uma oração do poeta judeu espanhol Raphael Cansinos Assens que diz ‘Ó senhor que não haja tanta beleza’, ele via a beleza em todos os momentos e não só em certos lugares e em alguns momentos. Segundo ele se fôssemos educados e sensíveis, a beleza seria fácil e não difícil e inacessível como pensam muitos. Cansinos Assens sentia-se esmagado pela beleza e respirava ‘Ó senhor que não haja tanta beleza’.”

( Julio Bressane )

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PONTO FINAL ( MATCH POINT )

Muitas pessoas acreditam que todos os nosso atos na vida foram prefixados antes por nós mesmos , que se pudéssemos voltar ao passado faríamos as mesmíssimas coisas … Schopenhauer formulou teorias interessantes à respeito em “Parerga e Paralipomena” , Borges as retoma no conto “Deutsches Requiem” … eu mesmo sou adepto desta teoria , não acho que bola na trave seja azar ( mesmo aquela bola da Holanda que veio pingando e bateu na trave argentina e saiu , no finalzinho da final da Copa de 1978 ) , foi erro de chute , se o centroavante chuta certo a bola entra e pronto …
Mas existem pessoas que acreditam na sorte , no acaso , pensam que a determinação, a vontade humana conta pouco, que o que conta é o acaso , que a vida não tem sentido , que é um lance de dados ( “Un Coup de Dés” de Mallarmé ) … partindo desta teoria , Woddy Allen construiu um belíssimo filme : “Ponto Final” ( Match Point ) … só a metáfora da sorte identificada como a bolinha de tênis que bate na rede e pode cair em um lado ou em e outro e decidir uma partida , bem como sua repetição no momento decisivo do filme , são cenas que ficarão para a história do cinema … Não sou muito fã de Woddy Allen, ( há filmes dele que não me interessei em assitir ) , mas nesta pelicula ele foi corajoso em realizar uma tragédia, ousou ao colocar somente ópera com trilha sonora em meio a diálogos em três sotaques bem distintos ( britânico , irlandês e americano ) e mostrou como um cinema , com uma profundidade na captação de paisagens urbanas como o dele ( que ficava praticamente restrito a Nova York ) ganhou ao filmar em outros cenários ( ninguém filma as pessoas caminhando pelas ruas e entrando e saindo de casa que nem ele )…. Assistam !!!

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SOY CUBA

A câmera mostra mulheres de biquini e chapéus de palha dançando mambo em um terraço onde se avista o mar de um lado e uma piscina ( uns dois andares abaixo ) no outro … a câmera vai descendo em plano-seqüência ( isto é , movendo-se sem cortes ) até o nível da piscina , onde acompanha um garçon servindo pessoas bem vestidas … depois deixa de acompanhar o garçon e focaliza uma moça que mergulha na piscina … a câmera entra junto na água e filma as pessoas nadando por baixo d água …
Tudo isto para mostrar para a juventude socialista como era Cuba antes da revolução …

Estou falando sobre uma cena de “Soy Cuba” obra dirigida por Mikhail Kalatazov , que mostra uma visão eslava do comunismo tropical revolucionário e mesmo tendo sido feita com enormes recursos caiu no mais profundo esquecimento e agora ressurge com uma cópia restaurada por Martin Scorsese e Francis Ford Coppola e também em um documentário chamado “Soy Cuba – O Mamute Siberiano” dirigido pelo brasileiro Vicente Ferraz .
O filme mesmo , ainda não passou em Pindorama , sei que existe em DVD , mas ainda não vi … porém , o documentário entrou em cartaz esta semana , e mostra alguns planos-seqüência geniais de Kalatazov ( que vencera a palma de ouro em Cannes em 1957 com “Quando as Cegonhas Voam” ) . A fotografia a cargo de Yevgeny Yevtushenko ( que influenciou Glauber Rocha e o pessoal do Cinema Novo ) é primorosa … realizada com negativos infra-vermelhos ( que só eram usados pelas forças armadas soviéticas ) e revelada com um processo químico especial , ela mostra imagens muitíssimo bem definidas , nas quais têm-se a impressão que a luz emana dos objetos ( como nos quadros de El Greco ) . Só a aula de técnica cinematográfica já vale o filme , mas há mais : há o registro da diferença entre o temperamento eslavo e o temperamento latino , o deslumbramento russo pelas paisagens caribenhas e pelas nativas desfilando de uniformes militares , o registro de personalidades visitando a ilha ( Sartre , Godard , etc. ) e até uma versão espanhola de “Crazy Love” ( música de Paul Anka que em Pindorama recebeu uma versão de Ferd Jorge e foi interpretada por Carlos Gonzaga )
Não Percam !!!

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Ontem fui na pre-estréia de “O Signo do Caos” , o último filme de Rogério Sganzerla … já havia assistido a película em uma mostra de cinema , há dois anos ( e comentado neste blog ), e achei muito interessante rever esta película : está em cartaz no Unibanco , na R. Augusta : Não percam !!!
Aproveitei para comprar o livro : TUDO É BRASIL ( Editora Letradágua ) com textos do ilustre cineasta , aqui vai um fragmento :

“A população não quer ver nem ouvir com olhos e ouvidos livres (*), mas tão somente ser vista, aparecer, fazer fama para deitar na cama do subsucesso fácil, talvez virar subsuperstar de uma hora para outra, trair sua condição colonial, enganando os outros e, pior de tudo, a si mesmos. O brasileiro não quer ver, mas ser visto. Nem escolher, mas ser escolhido pelo sistema babilônico…

( Rogério Sganzerla )

(*) ‘ver com olhos livres’, aforismo do Manifesto da Poesia Pau-brasil, de Oswald de Andrade, escrito em 1924.”

PS. : Agradecimentos à Helena Ignez , Djin e Sinai que me convidaram e me receberam carinhosamente no evento supracitado.

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BAR EL CHINO

Para aqueles que curtiram a noite paulistana na década de noventa , BAR EL CHINO significa um bar sem placa , que existiu na R. Pinheiros entre a R. Joaquim Antunes e a R. Cônego Eugênio Leite … porém hoje vou falar sobre outro BAR EL CHINO , um que ainda funciona … fica no bairro de Pompeya em Buenos Aires e foi tema de um filme belíssimo dirigido por Daniel Burak , que assisti recentemente em uma mostra de cinema platino … se vocês puderem assistam … por enquanto vejam um pouco AQUI.

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Um filme que adoraria rever é FAT CITY de John Huston baseado no romance de Leonard Gardner , realizado em 1972 , que relata o encontro de um pugilista decadente com outro em início de carreira . Rodado nos bairros pobres de Stockton , em meio a hotéis decadentes , botecos , barbearias , etc , a fita , além da nobre arte ( o boxe , é claro ) mostra também o dia-a-dia dos bóia frias norte-americanos ( as cenas do pessoal colhendo maças sob o sol causticante californiano ao som de “Help Me Make It Through the Night” já valem o filme ) … Passava sempre na Globo … Uma vez quase consegui assistir no cinema , em Viena , durante um festival de filmes de boxe , mas precisava pegar um trem para Genéve , e não deu …

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Cabeças cortadas é um mergulho na história como espaço e não como teatro de época. (…) O tempo não existe em Cabeças cortadas. A montagen é espacial, as chaves histórias se mostram e se transcendem em busca de signos perdidos no inconsciente.

( Glauber Rocha )

Hoje o Canal Brasil ( TV a cabo ) irá passar “Cabeças Cortadas” que o cineasta baiano filmou na espanha em 1970 . Este filme difícilmente é exibido em Pindorama . Eu mesmo , só vi uma vez e acho que era sem legendas … Assistam , pois toca o bolero “Fallaste Corazón” , na cena final !!!

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“Bem-aventurados os caolhos , porque só vêem a metade da realidade.”

( Rogério Sganzerla )

Hoje algo deixou o céu com uma terrível luz a-ver-me-lhaaaaada … é pessoal , a nação de Pindorama está ainda mais medíocre … saibam que uma das poucas mentes brilhantes acaba de nos deixar : o cineasta Rogério Sganzerla .

Neste ano se comemoram os 450 de Campos de Piratininga ( que mais tarde se chamaria São Paulo ) , e a cidade passará a ser alvo das atenções brasileiras … Se pensarmos , por exemplo quais filmes que melhor mostram a arquitetura paulistana , teremos uma diversidade de opiniões … eu , com minha visão “viciada” de arquiteto destaco três : “O Grande Momento” de Roberto Santos , “São Paulo S.A.” de Luís Sérgio Person e “O Bandido da Luz Vermelha” a obra-prima do supra-citado gênio de Joaçaba …

Já assisti “O Bandido da Luz Vermelha” dezenas de vezes … inclusive o meu quadro “A Noite do Meu Bem” tem partes inspiradas nos fotogramas desta película ( um com Roberto Luna abraçado com Helena Ignez e outro com Paulo Vilaça tocando violão ) … Mas não devemos resumir a carreira de Sganzerla nesta jóia … há vários filmes que só assistindo …

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