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Faleceu ontem um dos grandes artistas sul-americanos : Jesús-Rafael Soto , um venezuelano ( Ciudad Bolívar ) , que indignado com o fato das pessoas passarem pouco tempo apreciando um quadro ( em comparação com o tempo que passam em um concerto de música clássica ), começou a introduzir o TEMPO na apreciação de uma obra de arte , ou seja criou efeitos óticos que para serem percebidos , necessitam que o espectador se movimente enquanto observa uma série de elemantos simétricos , justapostos em cores diferentes , ou seja : ele fez MÁGICA !!!

Na semana passada o Instituto Rio Branco extinguiu o estudo do idioma de Shakespeare como matéria eliminatória para a formação de futuros membros do Itamaraty .

Já haviam feito o mesmo com o idioma de Victor Hugo, anos atrás … sem contar com o idioma de Cervantes que nunca foi obrigatório.

Pelo andar da carruagem , daqui a pouco , nossos ilustres diplomatas estarão agindo como o bandeirante Domingos Jorge Velho , que se comunicava apenas em nheengatu ( a língua falada no Brasil de então , um idioma criado pelos jesuítas que adaptaram o tupi às regras gramaticais do latim ) e em 1697 impressionou o bispo de Olinda por precisar de intérprete porque não sabia português .

O bom Bezerra da Silva

Deve pro céu ir embora

Mas como velho sambista

Não vai ascender agora

ANTES DO PÔR-DO-SOL

Com o surgimento de buffets self-service e restaurantes por quilo , temos notado as combinações mais esdrúxulas : linguiça com kani , moqueca com torresmo , tutu de feijão com rondelli ao molho rosé , etc … parece mentira , mas diariamente observo pessoas fazendo misturas que nem o mais ousado e vanguardista chefe de cozinha poderia imaginar … Se condeno a classe alta que vai à um lugar chique comer paillard de filet-mignon com molho de manga e raiz forte , não posso deixar de criticar a classe média que come feijoada com capeleti nas praças de alimentação … melhor mesmo é o povão que come mal , mas paga barato !!!

NA CADÊNCIA DO SAMBA

Citação do dia :

“Nunc cum corpore periunt magnae animae” (*)

(*) Não só com o corpo morrem as grandes almas.

( Tácito )

SOBRE O CARÁTER HÍBRIDO DE ALGUMAS COISAS

Caminhava com minha namorada nas proximidades do Parque do Ibirapuera , quando ao notar um destes condomínios com meia dúzia de casas cercadas por um muro , muito em moda atualmente na paulicéia , argumentei :

– Veja isto , não é nem casa e nem apartamento , o sujeito paga o preço de uma casa , não tem quintal próprio ( para criar um labrador , por exemplo ) e ainda tem que ficar pagando condomínio … é como o sapatênis esta modalidade recente e abominável de calçados : não tem o conforto de um tênis nem a elegância de um sapato … espero que tais hibridismos atuais tenham o mesmo fracassado fim de algo que tentaram lançar na década de oitenta , as bebidas cooler : um misto medonho de refrigerante com espumante … a geração atual não deve saber o que é um Keep Cooler : sorte dela !!!

LER , LER & LER MAIS AINDA

Acabo de ler “Um Ensaio Autobiográfico” de Jorge Luis Borges” ( Editora Globo ) , onde descobri entre outras coisas , que aquele ilustre escritor traduziu Oscar Wilde ( “Príncipe Feliz” ) para o Jornal “El País” , aos nove anos de idade … Do bruxo de Palermo Velho , reli também “El Aleph” , em espanhol ( editado pelo Jornal “El Clarín”) e estou relendo “Cinco Versões Pessoais” ( Editora Universidade de Brasília ) .

Também leio “Me Segura que Eu Vou Dar Um Troço” de Waly Salomão ( Editora Aeroplano – Biblioteca Nacional ) , sem contar com “Finnegans Wake”de James Joyce ( Ateliê Editorial ) que estou no início do terceiro volume … Depois deverei dar uma olhada nos dois volumes de “Torquatália” uma reunião dos escritos do poeta piauiense Torquato Neto , organizada por Paulo Roberto Pires ( Editora Rocco ) e em “Catatau” de Paulo Leminski ( Travessa dos Editores ) .