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{ Monthly Archives } junho 2011

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Neste feriado fiz uma viagem de retorno aos sabores da infância: o famoso restaurante Gáudio, na R. Frei Gaspar nº 1 – São Vicente

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trata-se de um restaurante com mais de meio século de existência que fica na parte térrea deste prédio genial…

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com certeza umas das jóias arquitetônicas da baixada santista

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Não sou fã da Caipirinha, prefiro geralmente um Dry-martini ou Negroni ou Manhatan… porém a Caipirinha do Gáudio é um caso a parte… até prova em contrário é a melhor caipirinha de Pindorama…

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e nada de espumas de vieiras trufadas salpicadas em farinha de pupunha com emulsões balsâmicas…o negócio mesmo é um bom e tradicional Camarão a Grega, e pronto… e este é muto bem feito: camarões (com gosto de lagosta) e pedaços de queijo, empanados de maneira corretíssima, servidos com arroz-a-grega e batatas…

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depois sair caminhando e fotografando aves marinhas…

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e uma escultura da Tomie Othake, na praia José Menino…

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… esta obra fica no final de uma espécie de “pier”, um bom lugar para reler “Ulisses” de James Joyce; antes da volta à capital…

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naovouduv

CILADA EXISTENCIAL

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VOU ME FINGIR DE PEIXE

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COTOLETTE DI ST. PETER AI CAPERI

No dia dos namorados resolvemos fazer um Cotolette di St. Peter ai capperi… um prato da culinária siciliana (na verdade um pouco adaptado, uma vez que ao invés de atum, como manda a receita original, eu usei St. Peter). É bem fácil, aqui vai uma receita servindo duas pessoas:

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Compre dois filés de St. Peter (mas não compre estas bandeijinhas de prateleira de supermercado, opte por um peixe inteiro… peça para o peixeiro abrir e limpar o St. Peter e cortar em filés)… Tempere o peixe com sal e pimenta-do-reino e deixe marinando por algumas horas em uma travessa com uma taça de vinho branco, 7 dentes de alho e um pouco de alecrim…

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enquanto isto prepare o molho: duas colheres de um bom azeite, o caldo de meio limão siciliano, uma colher de sobremesa de alcaparras picadas, um pouco de salsinha picadas, sal e pimenta-do-reino

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Grelhe os filés jogando um pouco do caldo da marinada sobre os peixes… depois coloque os filés sobre um prato e despeje sobre eles o molho ,,, para acompanhar batatas assadas

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e para beber um Côtes-du-Rhône chamado Belleruche produzido pela M. Chapoutier, esta vinícola produz desde 1808, como diz minha fiel escudeira: – Acho que deu tempo para deles aprenderem…

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estridencia

HARMONIA VULCÂNICA

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ISTO É IGUAL AQUILO

Agostinho Junqueira acordou desperançoso naquele dia… ele não sabia o porque de tal estado de espírito, porém acordara daquela forma e pronto !!! Após um farto café da manhã, a base de suco de grapefruit, chá preto, uma pêra e de seu sanduíche predileto (pão, presunto crú e azeite alentejano), ele foi para aquele cantinho da casa em que costumava escrever seus escritos, este, no caso era encomenda de um jornal importante, para o suplemento cultural de domingo… nele, o nosso protagonista, confirmara aquela velha teoria de que existem coisas que são o que são, porém também podem ser outras coisas… citando exemplos existentes ao longo da história daa literatura (Baudelaire, Blake, Cortazar, etc.) Agostinho Junqueira sugere que o a luta de Muhamad Ali X George Foreman foi também a batalha de Kursk (*) e também foi a gripe que o assolou na semana passada… seu artigo terminava assim:

“Os grandes embates da história, estão estritamente relacionados com os maiores feitos no esporte, bem como os mínimos acontecimentos do cotidiano… ao contrário do que muitos pensam, existe um paralelismo magnético entre a história das nações com a história das copas do mundo… outro paralelismo ocorre entre acontecimentos cotidianos e os jogos de futebol ao longo da semana o que não deixa de ser uma demonstração cabal que a vida em seu conjunto é um fenômeno cíclico e inter-relacionado”.

Após mandar o texto para a publicação o nosso protagonista resolveu andar a pé pelo bairro e tomar alguma coisa em um bar qualquer… após caminhar algumas quadras ele pensou bem e descobriu o motivo de tal desesperança matinal: apesar dos jornais mostrarem-no como um intelectual bem sucedido, que sempre saia nas colunas sociais acompanhados das mais exuberantes beldades, ele estava sozinho… sabia que aquela imagem que a mídia fazia dele era apenas uma lenda, uma holografia vazia… aquela pessoa não era ele… aquele mundinho bem sucedido não era o dele… após pensar nestas coisas, ele escolheu um boteco aleatoriamente e sentou-se em uma mesa junto a entrada e pediu uma cerveja… enquanto aguardava a bebida reparou em uma mulher que compenetradamente lia um livro antigo na mesa ao lado… aquilo o deixou curioso… depois de algum tempo, (quando a cerveja já estava na metade) tomou coragem e perguntou a dama que livro era aquele.

– Ora, é o “Zohar – O Livro do Esplendor” – respondeu ela- você nunca ouviu falar?

– Vagamente… sei que é uma obra clássica do judaísmo, e também que fala sobre Cabala… dois temas que eu não domino… desculpe perguntar, mas você é judia ou ligada a estes grupos de Cabala-Pop, que agora estão na moda?

– Nem uma coisa nem outra, apenas gosto de boa literatura… só isso…

– E quem é o autor deste livro? E em que época foi escrito?

Na verdade este é um tema controverso pois a lenda diz que foi escrito no século II pelo rabino Shimon bar Yoachai, após este ficar 13 anos vivendo isolado em uma caverna, mas não há provas concretas nem da existência do rabino nem dos manuscritos em aramaico que deram origem ao livro… no Século XIII entretanto, um rabino espanhol chamado Moisés de León mostrou aos sábios trechos copiados do Zohar original, porém como ele nunca mostrou a ninguém o tal Zohar original, muitos suspeitam que este último seja o verdadeiro autor do “Zohar”, enquanto o primeiro era apenas uma lenda…

Agostinho Junqueira tomou o resto da bebida, convidou a mulher para acompanhá-lo na próxima cerveja e enquanto esperava o garçon trazê-la, teve um pressentimento: do mesmo modo que a luta de Muhamad Ali X George Foreman foi também a batalha de Kursk, o “Zohar” também poderia ser sua vida conjugal; ou seja tal qual esta obra clássica que pode ter sido escrito com base em uma lenda (no caso a existência do rabino Shimon bar Yoachai), ele poderia construir uma vida sentimental consistente (e quem sabe até um lar), usando como base a imagem dele que era fabricada pela imprensa… E quem seria a companheira que iria descobrir este novo homem? Ora, se o “Zohar” era uma alegoria da sua vida sentimental, esta pessoa só poderia ser uma leitora deste livro, no caso a pessoa que agora estava ao seu lado… simples, né?

Após algumas cervejas Agostinho Junqueira, sua nova companheira e o respectivo livro sairam em busca de um novo mundo, no qual parafraseando aquela clássica frase de para-choque de caminhão (**), o nosso protagonista poderá dizer: -”Com as mentiras que falam sobre mim, edificarei algo de verdade.”

(*) A famosa batalha envolvendo alemães e russos foi o maior embate com tanques de guerra da história.

(**) “Com as pedras que me atiram construirei o meu lar”

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tuda28

Já saiu a mais nova TUDA

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