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{ Monthly Archives } junho 2007

VEJAM SÓ

Outro dia , andando pelas ruas encontrei uma senhora, que se dirigiu a mim e começou a se queixar … seu olhar era fixo, com um brilho que resplandecia uns tantos ares lunáticos … do canto da boca pingavam gotas de saliva em meio ao seu monólogo interminável … no meio de tudo aquilo ela proferiu uma frase sábia : “- Tem gente que repara na cor da calcinha ou da cueca dos outros , mas não enxerga os buracos nas vias públicas !!!”
Genial !!! Como diz o ditado “A voz do povo é a voz de Deus” …

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OUVINDO EL POLACO GOYENECHE

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Citação do dia :

O pensamento de um pintor não deve ser considerado à parte de seus meios. Quanto mais profundo for o pensamento, mais completos têm de ser os meios – e por concretos não entenda complicados. Não posso distinguir entre o sentimento que tenho da vida e o modo como a traduzo.”

( Henri Matisse )

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Citação do dia :

“For I have known them all already, known them all
– Have known the evenings, mornings, afternoons,
I have measured out my life with coffee spoons;” (*)

(*)Pois já conheci a todos, a todos conheci
– Sei dos crepúsculos, das manhãs, das tardes,
Medi minha vida em colherinhas de café;

( T. S. Eliot – tradução : Ivan Junqueira )

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DIE WELT ALS WILLE AND VORSTELLUNG

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BLOOM’SDAY

Um dos romances mais famosos do século passado , “Ulisses” se passava em um único dia : 16 de Junho de 1904 … nesta obra , James Joyce conseguiu vislumbrar o caráter épico de um dia qualquer na vida de um homem comum ( destes que vivem tal qual um relógio , como foi mencionado na citação de ontem ) , e fazer um paralelo deste dia trivial com uma epopéia ( no caso a “Odisséia” de Homero ) .
Podemos viver imbecilmente , tal qual uma máquina estúpida e repetitiva , mas se pudermos ver a manifestação da Divindade nas coisas mais simples ( epifania ) , perceberemos que a vida não é tão boçal assim …
A cerveja Guinness que eu tomei para comemorar esta data pode ser apenas uma simples cerveja escura , mas também pode ser o gênesis ou melhor o “guinesis” !!!

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Citação do dia :

“É na verdade inacreditável o quanto insignificante e vazio de sentido, visto de fora, e estúpido e irrefletido, apreendido de dentro, é o curso da vida da maior parte dos homens. É uma espera tola e preocupante, uma marcha titubeante através das quatro idades da vida, até a morte, na companhia de uma procissão de pensamentos triviais. Eles assemelham-se a relógios que são montados e funcionam ser saber porquê; e cada vez que um homem é gerado e nasce, o relógio da vida humana é novamente montado, para repetir mais uma vez seus inumeráveis estribilhos, frase por frase, medida por medida, com variações insignificantes. Cada indivíduo, cada rosto humano e o curso da sua vida é apenas um sonho curto a mais do infinito espírito da natureza, da obstinada vontade de viver, é apenas mais uma imagem fugidia, que a brincar ela esboça em sua tela infinita, o espaço e o tempo, e em apenas um momento, que comparado com aquele é ínfimo, deixa existir e depois é apagada, pra dar lugar a outras.”

( Arthur Schopenhauer )

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RECEITA DA VOVÓ

Ontem eu e minha fiel escudeira , pegamos o antigo livro de receitas de minha avó Edith , e fizemos este delicioso prato … muito simples :
Tempere algumas peças de filet-mignon com sal , pimenta-do-reino e pimenta vermelha , depois cubra os filets com vinho do porto ( de preferência tawny ) por no mínimo meia hora . Retire os filets e guarde o molho , aí frite-os na manteiga e coloque-os no forno , para não esfriar … Corte uma cebola em fatias bem finas e doura-as na manteiga , quando estiverem bem douradas , misture com o vinho do porto que sobrou e jogue tudo sobre os filets !!!

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WORK IN PROGRESS

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ATÉ QUE ENFIM

Depois de 2097 páginas finalmente acabei de ler “Finnegans Wake” de James Joyce. Foram os cinco volumes da edição bilíngue “Finnicius Revém” da Editora Ateliê Editorial , traduzida por Donaldo Schüler ( 1648 páginas ) além de dois livros de apoio : “Homem Comum Enfim” ( Here Comes Everybody ) – Anthony Burgess / tradução : José Antonio Arantes – Editora Companhia das Letras ( 303 páginas ) e “Panaroma de Finnegans Wake” – Augusto e Haroldo de Campos – Editora Perspectiva ( 149 páginas ) .
Na verdade ninguém termina de ler Finnegans Wake , apenas recomeça a leitura , uma vez que a última frase emenda com a primeira ( que começa com letra minúscula ) …
Quatro anos após ter iniciado a árdua leitura posso finalmente concordar com o filósofo Jacques Derrida que afirmou : Pois não podemos dizer nada que não esteja programado nesse computador de milésima geração,Ulisses, Finnegans Wake, junto a qual a tecnologia atual de nossos computadores de de nossos arquivos microcomputadorizados e de nossas máquinas de traduzir não passa de uma bricolagem, um brinquedo pré-histórico de criança (…)”
Fiquem com a última e a primeira frase do livro na versão original e em três traduções :

A way a lone a last a loved a long the
riverrun, past Eve and Adam’s, from swerve of shore to bend of bay, brings us by a commodius vicus of recirculation back to Howth Castle and Environs.
( James Joyce )

A via a uma a una amém a mor além a
riocorrente, depois de Eva e Adão, do desvio da praia à dobra da baía, devolve-nos por um commodius vicus de recirculação devolta a Howth Castle Ecercanias.
( tradução : Augusto de Campos )

A via a lenta a leve a leta a long a
rolarrioanna e passa por Nossenhora d”Ohmem’s, roçando a praia, beirando ABahia, reconduz-nos por cominhos recorrentes de Vico ao de Howth Castelo Earredores.
( tradução : Donaldo Schüler )

Além a solo a logo anelo ao longo do
correrio, depois de Eva e Adão, da dobra da prais à curva da baía, nos traz por um commodius vicus de recirculação de volta a Howth Casle e Entornos.
( tradução : José Antonio Arantes )

PS. : Em um artigo publicado na revista CULT nº 31 ( Fevereiro de 2000 ), Sérgio Medeiros diz : “Em alguma página do livro, o leitor provavelmente encontrará seu ‘aleph’, a palavra que resumirá todo este enredo.” Ao meu ver o “aleph” não está em uma palavra específica , mas na supracitada junção entre a última e a primeira palavra do livro , o ponto onde os opostos ( início e fim ) se mesclam , a união dos opostos ( pregada pelo filósofo Bruno , o Nolano ) e também o ponto do recomeço ( finis again ) ; dois dos temas centrais desta magnífica obra …

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