Neste final de semana, o irmão de minha namorada , me presenteou com um livro de T.S. Eliot … Embora já houvesse citado aqui neste blog ( em novembro de 2004 ) um de seus poemas mais famosos ( “Os Homens Ocos” ) , não conhecia muita coisa da obra deste cidadão norte-americano que se naturalizou cidadão inglês …
Agora que estou tomando mais contato com a “poética da fragmentação” , mando para vocês um dos poemas do livro :
CONVERSATION GALANTE
I observe: “Our sentimental friend the moon!
Or possibly (fantastic, I confess)
It may be Prester John’s balloon
Or an old battered lantern hung aloft
To light poor travellers to their distress.”
She then: “How you digress!”
And I then: “Someone frames upon the keys
That exquisite nocturne, with which we explain
The night and moonshine; music which we seize
To body forth our own vacuity.”
She then: “Does this refer to me?”
“Oh no, it is I who am inane.”
“You, madam, are the eternal humorist,
The eternal enemy of the absolute,
Giving our vagrant moods the slightest twist!
With your air indifferent and imperious
At a stroke our mad poetics to confute -“
And —”Are we then so serious?” (*)
(*) CONVERSA GALANTE
Observo: “Nossa sentimental amiga, a Lua!
Ou talvez (é fantástico, admito)
Seja o balão do Preste João que agora fito
Ou uma velha e baça lanterna supensa no ar
Alumiando pobres viajantes rumo a seu pesar.”
E ela: “Como divagais!”
Eu, então: “Alguém modula no teclado
Este noturno raro, com que explicamos
A noite e o luar; partitura que roubamos
Para dar forma ao nosso nada.”
E ela: “Me dirá isso respeito?”
“Oh não! Eu é que vazios sou feito.”
“Vós, senhora, sois a perene ironia,
A eterna inimiga do absoluto,
A que mais de leve torce nossa tristeza erradia!
Com vosso ar indiferente e resoluto,
De um golpe cortais à nossa louca poética os seus mistérios …”
E ela: “Seremos afinal assim tão sérios?”
( T. S. Eliot – Tradução: Ivan Junqueira )
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