Citação do dia :
“A maior perda é das coisas que nunca tivemos.”
( Mauro Mota )
AUTO-RETRATO CAMINHANDO EM UM CLUBE NÁUTICO EM SAN ISIDRO
Tagged paisagens digitaisATENÇÃO , ATENÇÃO : NOVIDADE
É isto mesmo , agora você pode acessar virtualmente à minha exposição na Funarte em 2000 ( veja embaixo à esquerda ) … agradecimentos ao Alexandre Vilares da Periscópio.
NO DIA DE HOJE …
No dia 22 de Outubro de 1964 , há precisamente 39 anos nascia a pessoa que produz o presente blog … Hoje no início das comemorações ( que devem durar no mínimo uma semana ) , ouvindo Charles Mingus e bebericando um Pure Malt , medito sobre o tempo … e não é que Platão estava certo ao dizer : “Aiónos eíkon kinetè ho khrónos”(*)
(*) O tempo é o quadro em movimento da eternidade . (tradução : Wolfgang Leo Maar )
Ontem fez noventa anos do nascimento de Vinícius de Moraes …poderia ter colocado um soneto dele que falasse da beleza da mulher ou uma letra de música sobre uma tarde a beira-mar … preferi entretanto mostar seu lado joyceno , em que misturando o nosso idioma com a lingua inglesa , criou esta pérola chamada “A Última Elegia ( or Roofs of Chelsea )” , em 1939 , quando morava na ilha … aqui vai um trecho :
“Ô darling, acorda, give me thy eyes of brown, vamos fugir
Para a Inglaterra?
‘… escrevi um soneto…
… escrevi uma carta…’
Ô darling, vamos fugir para a Inglaterra?
‘… que irão pensar
Os quatro cavaleiros do Apocalipse…’
… escrevi uma ode…”
Ô darling!
Ô PAVEMENTS!
Ô roofs de Chelsea!
Encantados roofs, noble pavements, cheerful pubs, delicatessen
Crumpets, a glass of bitter, cap and gown… – don’t cry, don’t cry!
Nothing is lost, I’ll come again, next week, I promise thee…
Be still, don’t cry…
… don’t cry
… don’t cry
RESOUND
Ye pavements!
– até que a morte nos separe –
ó brisas do Tâmisa, farfalhai!
Ó telhados de Chelsea,
amanhecei!”
( Vinícius de Moraes )
Pensando na citação de ontem , lembrei-me de outro dia quando ao adentrar a sala ao lado do meu escritório encontrei uma polêmica secretária trabalhando em meio a escuridão … disse que ela deveria acender a luz , pois aquela iluminação deficiente fazia mal à visão … A personagem resmungou dizendo que preferia ficar na sombra … lembrei-me então da canção de Lupiscínio Rodrigues e Felisberto Martins denominada “Meu Pecado” :
“E hoje o remorso que trouxe comigo
transformou-se em meu inimigo
e procura vingar-se em meu ser.
Ando a vagar qual um louco morcego
que procura sair do sossego
Para nas trevas do mundo viver.”