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FREYA DAS SETE ILHAS – Joseph Conrad – Grua Livros – Tradução: Eduardo Marks de Marques

Aprofundando a metáfora de Cortázar refente ao boxe e à literatura em prosa, os contos seriam como lutas de boxe amador, somente três assaltos, onde os lutadores tem que golpear o máximo que puderem em pouco tempo; as novelas seriam lutas de oito assaltos; enquanto que os romances seriam lutas de 12 assaltos, ou mesmo aquelas de 15 assaltos que eram travadas nos anos 70 e que foram suprimidas (para preservar a integridade física dos lutadores).

A novela por ser um gênero intermediário, costuma ser posta de lado pela crítica, apesar de existirem grandes obras do gênero como “Metamorfose” de Franz Kafka, “Os Mortos” de James Joyce, “O Alienista” de Machado de Assis,“Baterbly” e “Benito Cereno” de Herman Mellville ou “Noturno Indiano” de Antonio Tabucchi.

Joseph Conrad, que dominava tanto os romances como os contos, também se sai bem em novelas, como “O Duelo” e “Freya das Sete Ilhas”, embora estas duas (as únicas que eu li) não atinjam a grandeza de seu mais famoso romance, nem possam ser elencadas como os exemplos de gênero literário retromencionados.

Tal qual seus famosos romances “Lord Jim” ou “Coração das Trevas”, “Freya das Sete Ilhas” é narrada por um contador de estórias, que se recorda de um velho dinamarquês chamado Nielsen que se estabelece em uma pequena ilha perto de Bangka na Indonésia, onde passa a ser chamado de Nelson e vive em compania de sua filha, Freya, uma linda loura que passava horas tocando um piano que ele havia trazido de Cingapura… Nelson recebe constantemente a visita de um jovem comerciante inglês, Jasper Allen e de um ofical holandês, Heemskirk, ambos interessados em sua filha… Mas é em torno de um outro personagem que a estória se desenvolve… um personagem inanimado… é o barco “Bonito” que pertence a Jasper Allen… Através dele que Conrad desenvolve seu pessimismo fatalista, que sem deixar de lado a geopolítica da época, mergulha nos abismos da maldade humana… 

Embora não seja uma obra essencial como mencionado no penúltimo parágrafo, “Freya das Sete Ilhas” não deixa de ser uma narrativa dos mares tropicais escrita por um autor citado por Francis Ford Coppola ou por T.S. Eliot…

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