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DI CAVALCANTI MODERNISTA POPULAR – Marcelo Bortoloti – Companhia das Letras

Esta biografia começa pelo velório do pintor no Museude Arte Moderna do Rio de Janeiro, quando GlauberRocha e equipe invadem o evento registrando empelícula o que depois seria o documentário DI GLAUBER, que foi premiado em Cannes e cuja exibiçãofoi proibida pela justiça a pedido da família (emboraesteja disponível na internet para quem quiser assistir), passando pelo período anterior a invasão da França naSegunda Guerra Mundial, quando Di Cavalcanti e suaentão esposa, a pintora Noêmia Mourão, que eramradialistas da Paris Mondial, fugiram as pressas para o Brasil diante da do avanço das tropas da Wehrmacht. Daípra frente a biografia segue em ordem cronológica do nascimento à morte famoso pintor, que também exerceuas funções de reporter internacional, repórter e cartunistaesportivo, radialista, pintor de painéis publicitários e cronista de jornal. 

O livro é muito interessante, pois mostra tanto osbastidores da Semana de Arte Moderna e das primeirasBienais, com seus respectivos mecenas Paulo Prado e Cicillo Matarazzo, quanto os pormenores do funcionamento do Partido Comunista nas décadas de 30 e 40, do qual o artista era filiado.

Esta biografia quebra o mito de pintor de mulatas, queficou associado ao nome dele, na verdade as mulatas emsuas representações estão sempre com semblantes tristese em uma postura lânguida, sem nenhum sensualismo… Di Cavalcanti era o pintor mais culto de sua geração,disso pouca gente sabe… Porém mesmo com toda a suacultura, Di Cavalcanti tinha uma face retrograda, poisnão aceitava a arte abstrata, e no final da vidatransformou-se em uma caricatura de si mesmo, com pinturas de qualidade discutível… Nos minutosregulamentares de sua vida, Di Cavalcanti como Tostói, renunciou a vida mundana para dedicar-se a questõesespirituais… quem sabe não conseguiu pular, ou mitigar, o período no purgatório…

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