Pindorama perdeu nesta semana um dos seus cineastas mais geniais: José Mojica Marins, que como Chaplin, criou um personagem que se confunde com o seu criador…
Para mim, um dos momentos mais criativos do cinema mundial, é a abertura do filme “O Estranho Mundo de Zé do Caixão” quando em uma fusão entre a imagem de uma tempestade e a imagem do Zé do Caixão, uma voz proclama:
“ Quem sou eu, não interessa, como não interessa quem é você, ou melhor, não interessa quem somos. Na realidade,
o que importa é saber o que somos. Não se dê ao trabalho de pensar
porque a conclusão seria: a loucura. O final de tudo, para o início de
nada.
A coragem inicia onde o medo termina. O medo inicia onde a
coragem termina. Mas será que existem a coragem e o medo? Coragem para
quê? Medo do quê? De tudo? O que é tudo? De nada? O que é nada?
A
existência, o que é a existência? A morte? O que é a morte? Não seria a
morte o início da vida? Ou seria a vida o início da morte?
Você
não viu nada e quer ver tudo. Você viu tudo, mas não viu nada. Teme o
que desconhece e enfrenta o que conhece. Por que teme o que desconhece e
enfrenta o que conhece? Sua mente confusa não sabe o que procura.
Porque o que procura confunde sua mente. E nasce o terror. O terror da
morte. O terror da dor. O terror do fantasma. O terror do outro mundo:
Agora vê no terror que nada é terror, não existe o terror. No entanto o
terror o aprisiona. O que é o terror? Ah! Não aceita o terror porque o
terror é você.”
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