Como sou neto de dois ex-combatentes da Revolução Constitucionalista, não poderia deixar de comparecer os desfile comemorativo da Revolução de 1932
algumas pessoas usam réplicas das fardas cáqui usadas pelas forças paulistas… vou pedir para a minha fiel escudeira confeccionar uma farda destas para mim, qualquer dia…
vejam esta corroça puxada por cavalos bretões…
o mais interessante do desfile é a cavalaria, a Bandeira das Treze Listras vai a frente junto com a bandeira de Pindorama e outra bandeira desconhecida…
… atrás vinha as bandeiras dos outros estados…
tudo animado pelo som desta banda…”Cisne Branco”, “Canção do Expedicionário” e outras pérolas…
nunca havia entrado no Memorial que existe sob o obelisco… lá dentro visitei o túmulo de Guilherme de Almeida, que escreveu este que é mais belo poema homenajeando a bandeira paulista:
NOSSA BANDEIRA
Bandeira da minha terra,
Bandeira das treze listas:
São treze lanças de guerra
Cercando o chão dos paulistas!
Prece alternada, responso
Entre a cor branca e a cor preta:
Velas de Martim Afonso,
Sotaina do Padre Anchieta!
Bandeira de Bandeirantes,
Branca e rôta de tal sorte,
Que entre os rasgões tremulantes,
Mostrou as sombras da morte.
Riscos negros sobre a prata:
São como o rastro sombrio,
Que na água deixara a chata
Das Monções subido o rio.
Página branca-pautada
Por Deus numa hora suprema,
Para que, um dia, uma espada
Sobre ela escrevesse um poema:
Poema do nosso orgulho
(Eu vibro quando me lembro)
Que vai de nove de julho
A vinte e oito de setembro!
Mapa da pátria guerreira
Traçado pela vitoria:
Cada lista é uma trincheira;
Cada trincheira é uma glória!
Tiras retas, firmes: quando
O inimigo surge à frente,
São barras de aço guardando
Nossa terra e nossa gente.
São os dois rápidos brilhos
Do trem de ferro que passa:
Faixa negra dos seus trilhos
Faixa branca da fumaça.
Fuligem das oficinas;
Cal que das cidades empoa;
Fumo negro das usinas
Estirado na garoa!
Linhas que avançam; há nelas,
Correndo num mesmo fito,
O impulso das paralelas
Que procuram o infinito.
Desfile de operários;
É o cafezal alinhado;
São filas de voluntários;
São sulcos do nosso arado!
Bandeira que é o nosso espelho!
Bandeira que é a nossa pista!
Que traz, no topo vemelho,
O Coração do Paulista!
(Guilherme de Almeida)
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