“No segundo andar da Bienal não há nada. Literalmente. No primeiro, algumas obras minguadas. Entre elas, um escorregador, de Carsten Höller. Escorregador mesmo (…)
Se é para perturbar a seriedade sagrada dos lugares reservados às artes, uma sugestão: instalar a próxima bienal no Playcenter.”
( Jorge Coli )
Este é um fragmento do genial artigo do referido jornalista que saiu domingo na Folha, detonando a Bienal… que entre outras coisas, nos lembra que esta coisa de espaço vazio, já foi feita há meio século … O que Jorge Coli não percebe no entanto, é que esta mostra pode, sem querer, trazer benefícios às artes plasticas … tal qual a bienal de 85, que mesmo sem intenção, enterrou o neo-expressionismo com aquela coisa monstruosa chamada “a grande tela”; esta mostra ao se exacerbar na prática da picaretagem, pode (também de maneira não intencional) abrir os olhos da sociedade, para que não se tolere mais tais engôdos … afinal, tente convencer um torcedor de futebol a assistir uma partida sem times, sem juiz nem bandeirinhas ou gandulas, somente o gramado vazio … ou então, se quiser lidar com um público mais culto, chame os assinates da Sala São Paulo e diga a eles que no próximo final de semana haverá um espetáculo sem som … somente o silêncio, para que cada um ouça sua voz interior …
Espero que esta Bienal entre para a história como exemplo negativo, para que todos possam gritar : – De palhaçada já chega !!!
Não fui, e acho que não irei nesta exposição … acho que ficaria muito, mas muito deprimido mesmo, ao ver aquele andar vazio, sabendo que tanto eu, quanto outros excelentes artistas, poderíamos ter colocado nossas obras lá …
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