Citação do dia :
“Ver a caligrafia de meu pai hoje cedo na contracapa de memórias de adriano, onde solenemente dizem que um médico nos vê como um amontoado de tinta sangue e linfa, mais ou menos isso, bom já era frio e ficou tudo gelado neste dia 25 de qualquer coisa. Mesmo sendo em números, sua letra, uma conta que chegaria a 6.700, depois de 15 anos dele morto. E olhar o céu escuro com densas nuvens em movimento. Era décimo terceiro andar. E depois de algum tempo recuperei eu mesma, no auge do intransigente ; procura, resgatei a custa de vento e estômago vazio, a minha letra, califônica às vezes de tanto jurar perdida, não sei de onde, não sei em que parte do espelho, onde eu já não me olhava mais.
Jurava com a categórica certeza dos cansados. Não tenho nada a dizer. Mas o céu de hoje em definitivo, não permite certezas. Alguns helicópteros parados esperam que o tempo melhore. Pra mim, está ótimo.”
( Suzana Cano )
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