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Para um paulistano , uma viagem ao nordeste é ao mesmo tempo um choque e um reencontro com algumas partes de sua cidade natal … da mesma forma que uma visita a Roma é uma redescoberta do Brás e do Bexiga e uma viagem a Tóquio deve ser ( pois nunca fui lá ) uma volta à Liberdade , uma ida às metrópoles nordestinas é um retorno ao Largo de Pinheiros , ao Largo 13 de Maio , etc …

Um aspecto da cultura nordestina que me surpreendeu positivamente foi ouvir mais uma vez a música de Luiz Gonzaga … após escutar axé , música sertaneja e outras coisas , estive em um bar a ouvir o velho Lua e fiquei pensando na riqueza de suas composições …

Tal como blues , o baião é uma música modal , ou seja com poucos acordes , em comparação com a música tonal ( jazz , bossa nova , jovem guarda , samba , etc ) , porém a restrição harmônica , paradoxalmente , permite uma maior liberdade melódica … não liberdade no sentido de usar mais notas ( ao contrário , pois a música modal só utiliza uma única escala ) , mas uma liberdade de combinar notas sem ter que mudar de escala ( pois a melodia não fica mais enjaulada pela harmonia ) …É mais ou menos o mesmo processo que realizo ao escolher poucas cores ( economia cromática ) : É QUANDO O MENOS TORNA-SE MAIS !!!

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