A VERDADEIRA ESTÓRIA DO TRADICIONAL AZEITE CURUPIRA
Visando escapulir do alistamento militar para a guerra de Angola , Manuel Elias , que exercia a função de gasolineiro ( palavra usada em Portugal para denominar o que aqui chamamos de frentista) no bairro do Belém , abandonou Lisboa , vindo a se estabelecer no bairro paulistano do Belenzinho ( a semelhança dos topônimos embora pareça , não foi acidental ) .
Nosso protagonista , exerceu as mais variadas funções em sua nova pátria , sem entretanto fixar-se em alguma que lhe proporcionasse satisfação . Uma tarde assistindo uma reportagem televisiva sobre um combustível derivado do dendê , desenvolvido em uma universidade do nordeste , denominado dendíesel , teve um instante de iluminação : imaginou que , se alguém desenvolveu um combustível baseado em um óleo comestível , por que ele não poderia desenvolver o inverso ; ou seja , um óleo comestível baseado em um combustível ??? Sete dias depois , ele teve um sonho bastante revelador : Um ser de baixa estatura , de pele e cabelos esverdeados e pés virados para trás , apareceu por uma fenda entre a parede de seu quarto e indicou-lhe uma arca cheia de moedas de ouro enterrada sob uma árvore que trazia uma inscrição : Mutamba !!!
Ao acordar , foi pesquisar , decobrindo que o ser que lhe havia aparecido em sonho , chamava-se Curupira … A leitura de um livro sobre botânica revelou-lhe o significado da obscura inscrição : Mutamba era um tipo de madeira . Pronto !!! Era só fazer um azeite derivado de óleo díesel envelhecido em barris de mutamba e batizá-lo com o nome da figura lendária , que ele ganharia muito dinheiro , não esquecendo de inserir no rótulo , um adjetivo que desse um tom clássico ao produto : a palavra escolhida foi “tradicional”.
Manoel Elias , anda hoje gargalhando sob uma bonita cartola , desfrutando as recentes benesses materiais … Vai vaidoso com o fato de que Tradicional Azeite Curupira será citado no próximo livro de Jeffrey Steingarten … Outro dia ( uma semana após ter intuído um revolucionário processo para a fabricação de uma bagaceira ) sonhou com uma tradicional figura da literatura de cordel chamada “O Boi Mandingueiro” …
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