Ontem eu fui assistir um show do Paulo Padilha , em um bar chamado DINORAH ( R. Wisard , 429 ) que pretende fazer uma série de shows com músicos de primeira … Padillha tocou algumas músicas inéditas , outras de seu mais recente CD e também de outros autores : Luiz Melodia , Stevie Wonder , Cindy Lauper , Bezerra da Silva e muito mais … É um absurdo alguém com o seu talento não obter um reconhecimento maior pela mídia que adora publicar matérias de bandas estrangeiras que ninguém conhece e demais boçais nacionais … Conversamos bastante , sobre o marasmo atual do mercado artístico , sobre a ineficácia das Secretarias de Cultura , e sobre um grupo que formamos no passado denominado “Dentro do Piano” … Foi em 1981/1982 quando estudávamos no Colégio Bandeirantes e resolvemos fazer uma banda de música atonal …
Aqui vai o texto do próprio Paulo Padilha , para ver a foto do grupo clique aqui .
“Vou falar sobre minha primeira banda. Chamava-se “Dentro do Piano” e tinha uns 12 integrantes, a maioria aluno do Colégio Bandeirantes, onde estudávamos. Isso foi em 1979 ou 1980, e a chamada vanguarda paulistana começava a surgir. A gente ia a todos os shows do Lira Paulistana: Premê, Rumo, Língua de Trapo e principalmente Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. Titãs do Ie-ie-iê ( futuros Titãs), Mercenárias, Tetê Spíndola, Tiago Araripe, Arara de Neon… Não vou me lembrar de todos…
Nossa primeira apresentação foi num festival do colégio e era uma mistura interessantíssima e muito arrojada, (pra não dizer pretensiosa). Um texto meio surrealista enorme, gritado por um ator ( O Cris, onde andará?) e acompanhado por uma trilha doida, com trechos atonais e dodecafônicos. Tocávamos todos de pijama. Eu tocava (pasmem…) violino!!! É que meu pai tocava violino e eu tinha aprendido alguns rudimentos e a banda precisava de sonoridades exóticas. A música era do Sidnei Molina e do Zé Roberto, eles é que tinham suporte teórico suficiente para escrever as coisas atonais.
O Zé virou físico nuclear. O Sidnei é violonista erudito, integrante do Quaternaglia, e, se não me engano, atua numa faculdade de música de Sampa.
Havia o Zé Geraldo, que na época tocava guitarra e desenhava e escrevia, hoje é arquiteto e excelente artista plástico. Desta iniciativa ingênua de adolescentes, a maioria na faixa dos 17 anos ( dá pra imaginar?) saíram mais dois excelentes músicos e amigos: O Sérgio Molina, cantor/compositor/ violonista/arranjador, e o meu querido parceiro André Magalhães, que na época tinha 14 anos e gostava de Judas Priest e Iron Maiden. Havia também a Aline e a Maria Paula, que virou atriz.
E o Aluísio, que eu nunca mais vi.
Abraços a todos eles!
Até!”
( Paulo Padilha )